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Estado de Minas

Falta de verba atinge até pesquisa que mede o desemprego em BH e região

Nova promessa para a retomada do levantamento é o primeiro semestre de 2016. Pesquisa do Dieese sobre desocupação na Grande BH não é feita há um ano


postado em 31/08/2015 06:00 / atualizado em 31/08/2015 07:13

 Fora do mercado formal, pessoas que buscam vaga no Sine estão excluídas também da estatística feita por entidade sindical em parceria com os governos estadual e federal na região metropolitana da capital(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS )
Fora do mercado formal, pessoas que buscam vaga no Sine estão excluídas também da estatística feita por entidade sindical em parceria com os governos estadual e federal na região metropolitana da capital (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS )

Em meio à grave situação do mercado de trabalho brasileiro, que já registra um total de 8,4 milhões de desocupados, segundo a Pnad Contínua, Minas Gerais está, há um ano, sem uma das suas principais ferramentas para medir os níveis de emprego e desemprego em Belo Horizonte e região metropolitana. Prometida pelo governo estadual para ser reativada ainda no primeiro semestre, a pesquisa mensal feita em Minas desde 1995 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) está paralisada desde junho do ano passado, por questões financeiras. O atual governo prometeu, em fevereiro, que retomaria o trabalho feito pelo Dieese junto com os pesquisadores da Fundação João Pinheiro ainda no primeiro semestre deste ano, o que não ocorreu. Agora, com o nível de desemprego avançando no estado, e chegando a 7,8%, segundo a Pnad, a nova promessa para a retomada é o primeiro semestre de 2016.

Criado em 1984, como levantamento domiciliar contínuo da Região Metropolitana de São Paulo, em um convênio entre o Dieese e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) é um instrumento para aferir a realidade socieconômica. A partir de 1987, começou a ser implantada em outras regiões do país. À medida que os levantamentos foram se disseminando. na década de 90, governos estaduais passaram a se interessar pelo estudo. Em Minas, para a Região Metropolitana de BH, o trabalho começou em 1995, por meio de convênio com a Fundação João Pinheiro, e parceria com o governo de estado.

Depois de quase 20 anos de dados mais completos do mercado de trabalho, o estopim para a interrupção da PED em Minas foi a falta de verba. Ao custo de R$ 2,2 milhões por ano, o estudo recebia apoio financeiro do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que repassava ao governo estadual R$ 1 milhão. Em junho de 2014, o governo alegou não ter recebido o aporte, mas o Dieese informou que houve um atropelamento do governo estadual nas burocracias exigidas para o recebimento do dinheiro e, por isso, o ministério barrou a quantia. Na época, o problema foi mostrado pelo Estado de Minas, e o Ministério do Trabalho alegou atraso do governo mineiro na apresentação da documentação necessária para o repasse dos recursos. No começo de 2015, o problema foi agravado porque pesquisadores da Fundação João Pinheiro estavam sem receber, mas a atual gestão prometeu a retomada da pesquisa ainda para este ano.

Retomada depende de ajustes

Agora, o entrave para a retomada da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Belo Horizonted não é mais financeiro. “Estamos no processo de retomada do levantamento e, com isso, ele deve voltar a ser feito no começo de 2016”, diz o assessor da subsecretaria de Trabalho e Emprego de Minas, Bruno Magalhães. Segundo ele, são necessárias readequações para a retomada do estudo, entre elas, o valor gasto com a PED. “A questão financeira foi adequada ao orçamento repassado pelo governo federal. Ou seja, a pesquisa será feita ao custo de R$ 1 milhão”, conta.

De acordo com a socióloga do Dieese em Minas, Gabriele Selani, o que está havendo no momento são negociações para a retomada dos trabalhos. “A metodologia usada era da década de 80 e vamos modernizá-la. A pesquisa na Grande BH tinha uma abrangência de 26 municípios, porém, a região metropolitana cresceu e vamos aumentar o número de cidades pesquisadas”, diz. A nova promessa é de que, em 2016, a pesquisa abranja mais informações sobre o mercado de trabalho, como, por exemplo, a terceização. “Ela passará a abranger mais temas dentro do cenário realista da conjuntura financeira do estado”, diz.

Enquanto as melhorias não chegam, o índice de desemprego em Minas avança e já está em 7,8%, com 839 mil pessoas desempregadas, segundo a Pnad contínua. O estado reconhece a lacuna que se forma com a interrupção do estudo em um momento como o autal e informa que acompanha a realidade do mercado de trabalho mineiro com os dados de pesquisas do Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Do IBGE são dados mais abrangentes e não nos permitem um detalhamento”, reconhece Magalhães. (LE)


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