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Estado de Minas SEU BOLSO

Bancos privados entram na briga pelo financiamento da casa própria

Com mudança nas regras da Caixa, interessados na compra de imóvel devem pesquisar outros bancos antes de contratar crédito


postado em 24/05/2015 06:00 / atualizado em 24/05/2015 08:39

Com as novas regras para financiamento da casa própria, os bancos privados entraram de vez na briga pela grande fatia deixada pela Caixa, que detém, até o momento, 70% do mercado de usados. Taxas de juros e prazos competitivos, além da manutenção de 80% do valor do imóvel como limite de financiamento, estão entre as apostas das instituições. Levantamento feito pelo Estado de Minas junto aos seis maiores bancos privados do país mostra que os juros do crédito habitacional privado estão um pouco maiores que os da Caixa e do Banco do Brasil, mesmo após os reajustes. No entanto, algumas condições facilitadas, dependendo do relacionamento com o cliente, podem ser uma opção.

De acordo com simulações de financiamento feitas pelo diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, a diferença no preço final é de 1,6%, com base em um imóvel de R$ 650 mil financiado em 10 anos. Na Caixa, os juros eram de 9,45% mais taxa referencial (TR) ao ano e o preço total pago de R$ 897,8 mil. Em um banco privado, o mesmo imóvel tem juros médios de 10% mais TR e custa no final R$ 912,2 mil.

No entanto, segundo especialistas, a tendência é que os bancos privados sigam a Caixa e restrinjam o crédito em curto prazo. “Em um primeiro momento, o consumidor poderá contar com algumas vantagens. Mas, com a alta da demanda, os bancos ficam sem recursos e devem também reduzir o limite máximo de financiamento, além de elevar as taxas de juros”, diz Miguel Oliveira.

Segundo o analista, as condições de crédito pioraram muito e restam ao consumidor duas alternativas: adiar a compra da casa própria ou buscar o crédito habitacional privado. “A maioria das pessoas não consegue pagar uma casa à vista e o melhor ainda é esperar”, ressaltou. “O próximo ano tende a ser melhor, com inflação mais controlada e taxas de juros menores, que, no final, podem significar muito. Para quem não pode esperar, a dica é tentar fazer o negócio o quanto antes”, alerta.

Em janeiro, a Caixa elevou os juros para financiar imóveis com recursos da poupança. Três meses depois, em abril, informou novo reajuste dessas taxas. Ainda no mês passado, o limite do valor total financiado caiu de 80% para 50% do valor do imóvel no Sistema Financeiro de Habitação e de 70% para 40% no Sistema Financeiro Imobiliário, voltado para imóveis mais caros. Uma semana depois, o Banco do Brasil seguiu o exemplo e reajustou os juros das linhas de crédito para habitação, mas o teto de financiamento foi mantido em 80% do valor do imóvel para todos os mutuários. Os bancos privados seguiram este movimento e também mexeram em suas taxas.

O coordenador do curso de economia do Ibmec, Márcio Salvato, pondera que a manutenção das políticas de juros e financiamento nas instituições privadas vai depender do percentual de deslocamento de pessoas do mercado de usados da Caixa para os bancos privados. “Vai depender da procura.” Se a demanda for alta, em três meses, segundo ele, os bancos tendem a começar a colocar novas regras para financiamentos.

“É um novo mercado que está se abrindo. Até então, os bancos privados acirravam briga no crédito para imóvel de alto padrão, quando conseguiam competir. Agora, a realidade é outra, já que a Caixa vai focar imóveis novos e populares, numa tentativa de dar fôlego para o setor da construção”, disse. Ele ressalta que o consumidor deve avaliar o risco de renda futura pra ver se vale a pena esperar ou comprar. “O mercado está realmente propenso a demitir mais do que empregar. Por isso, o comprador deve avaliar seu risco de renda futura pra ver se vale a pena esperar ou comprar”, conclui.

Condições

O EM pesquisou as condições de financiamento nos seis principais bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú e Santander). No BB, é financiado até 80% do valor da unidade nova ou usada, e a taxa de juros máxima anual subiu de 9,9% para 10,4% dia 18 de maio. O Bradesco também financia até 80% de novos ou usados. A taxa de juros para imóveis enquadrados no SFH é de 9,8% desde o dia 7 de maio.

O HSBC informou que as taxas de financiamento imobiliário dependem do relacionamento com o cliente. O prazo máximo é de 30 anos e 20% do valor do imóvel é o mínimo de entrada necessária. O Santander financia até 80% da unidade nova ou usada e, segundo a assessoria, cobra juros a partir de 10,1% ao ano. No Itaú Unibanco, o prazo de financiamento é de até 30 anos, sem limite máximo do valor do imóvel. Segundo a instituição, o valor da parcela deve comprometer até 35% da renda líquida familiar. Já o percentual de financiamento máximo é de até 70% do valor de avaliação do imóvel residencial, seja novo ou usado. As taxas de juros variam de acordo com o relacionamento do cliente com o banco, e o foco são os correntistas.


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