O desafiador cenário da economia brasileira tem levado muitos empresários a fechar lojas ou passar o ponto, aumentando o número de faixas de locação ou de oferta nos corredores comerciais da capital mineira. Exemplo disso é um anúncio fixado na Avenida Raja Gabaglia, na Região Oeste de Belo Horizonte. Nele, o empresário Eduardo Moura, de 44 anos, coloca à venda uma loja no Bairro Buritis onde funciona uma imobiliária e credita o motivo à presidente Dilma Rousseff. O comerciante oferece uma "loja de 70 metros quadrados toda em granito, com vidro blindex, painéis de madeira e duas vagas de garagem, por R$ 550 mil". Não demorou muito para a foto do anúncio viralizar na web e aplicativos para celular em apenas um dia.
"A culpa da economia estar assim é dela, eu nunca vi uma crise tão forte, o mercado está parado, estou cumprindo as despesas fixas, mas não tenho receita", afirma o empresário, que viu o faturamento de sua imobiliária cair 30% desde a posse da presidente Dilma, em janeiro deste ano. Segundo ele, o negócio tem dois anos de funcionamento e será reaberto em um espaço alugado. "Vou vender, pegar os recursos e alugar outra aqui mesmo na região, já que os preços dos aluguéis estão em queda", disse. Sem perder o humor, Eduardo disse que a faixa lhe rendeu muitas ligações - de interessados na compra e também de adeptos à iniciativa. "Tem feito sucesso sim", resume.
Levantamento feito pela Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg) aponta que em 2014 foram extintas 4.291 empresas em Belo Horizonte, 14,6% a mais do que em 2013. Somente em fevereiro deste ano, 255 empresas encerraram suas atividades. O número de empresas criadas em fevereiro de 2015 (659) é menor do que as que foram constituídas no mesmo período de 2014 (943). O levantamento inclui estabelecimentos comerciais, indústrias e setor de serviços.