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Estado de Minas

Fraca demanda e o alto custo de energia podem levar unidades da Vale ao fechamento

Metalúrgicos de Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete e Barbacena temem demissão de 600 pessoas. Fornos estão desligados


postado em 06/12/2014 06:00 / atualizado em 06/12/2014 07:46

Depois de anunciado para este mês o fechamento da fábrica de alumínio primário da multinacional Novelis em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, com as demissões de 350 trabalhadores, os metalúrgicos da cidade histórica temem o fechamento da unidade industrial da mineradora Vale produtora de ferro-silício-manganês, que emprega 150 pessoas. A paralisação das operações da Vale Manganês é cogitada também na vizinha Conselheiro Lafaiete e em Barbacena, outro município da porção central de Minas, em negociações abertas pela companhia com os sindicatos locais de metalúrgicos. Mais de 600 empregos diretos e indiretos estariam ameaçados nas três cidades pela fraca demanda e o alto custo de energia que afeta as atividades de ferroligas da Vale nas três cidades, configurando perda de competitividade, justificativa que foi dada pela Novelis.

Nas rodadas de conversas com os representantes da mineradora, o sindicato dos metalúrgicos de Ouro Preto tenta negociar um acordo de estabilidade no emprego até que o cenário da economia em 2015 fique mais claro, mas a Vale recusou a proposta, de acordo com o advogado da entidade sindical, Renato dos Santos Lisboa. Procurada pelo Estado de Minas, a companhia não se pronunciou sobre o caso e nem deu informações quanto ao ritmo da produção nas unidades de Ouro Preto, Lafaiete e Barbacena.

Segundo o sindicato de Ouro Preto, a empresa mantém desligados desde fevereiro os três fornos que opera no município, tendo optado por vender a energia consumida nas operações no mercado livre, aquele em que o comprador escolhe o seu fornecedor. A continuidade da fábrica, de acordo com informações dadas por representantes da mineradora à diretoria do sindicato, depende da renovação pela Vale do contrato de venda de energia. “Há uma nuvem preta no ar, segundo a companhia, em virtude de uma situação desfavorável de mercado. Defendemos a manutenção dos empregos”, afirma Renato Lisboa.

DESTINO

Em Barbacena, o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, Jaci da Silva Coelho, diz que a categoria está apreensiva com o destino da unidade produtora de ferroligas, a única que estaria operando em Minas. A produção da fábrica e da unidade da Vale em Simão Pires, na Bahia, seria suficiente para atender os clientes, que usam as ligas na fabricação de produtos siderúrgicos. “Os trabalhadores temem pela perda do emprego, num momento em que não há opção de trabalho na indústria no município. Nos últimos quatros anos, duas fábricas de tecidos fecharam as portas, com cerca de 2 mil demissões”, afirma.

Jaci Coelho afirmou que em reunião com representantes da Vale, como parte das negociações da campanha salarial deste ano, a companhia admitiu a possibilidade de fechamento da fábrica, em decorrência da energia mais cara, e propôs a manutenção do atual acordo coletivo, sem a concessão de reajuste dos salários, em troca da manutenção dos empregos. Os trabalhadores discutirão a proposta na próxima terça-feira. Em Ouro Preto, a Novelis iniciou na última quarta-feira o processo de paralisação das atividades dos seus fornos e comunicou que concederá férias coletivas para 300 empregados a partir do dia 16. O sindicato local dos metalúrgicos obteve decisão da Justiça do Trabalho de Minas que impede demissões até que haja acordo com os trabalhadores.


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