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Estado de Minas

Com juros nas alturas, consumidores estão na expectativa para a Black Friday brasileira

Megaliquidação da internet será promovida no dia 28. A maioria espera a data para adquirir os presentes de Natal e driblar a alta dos preços. Mas também há os que desconfiam dos descontos


postado em 12/11/2014 06:00 / atualizado em 12/11/2014 13:44

Nicole Miranda já aproveitou o evento nos EUA, mas não acredita que compense fazer compras na versão brasileira(foto: Cristina Horta/EM/DA Press)
Nicole Miranda já aproveitou o evento nos EUA, mas não acredita que compense fazer compras na versão brasileira (foto: Cristina Horta/EM/DA Press)

Em época de inflação e juros mais altos, qualquer pechincha é lucro para o consumidor. É por isso que os consumidores estão na expectativa para a chegada do dia 28, data em que é promovida a Black Friday brasileira – evento de megapromoções do comércio eletrônico e do varejo criado nos EUA com a promessa de redução de até 90% nos preços, dependendo do produto. Empresários estão otimistas com a promoção deste ano, que promete alavancar as vendas do e-commerce e das lojas físicas. Pesquisa realizada pelo Zoom, site comparador de preços e produtos, com cerca de 10 mil consumidores, revela que 99% deles estão aguardando o evento para fazer alguma compra e aproveitar os descontos.

Ainda de acordo com a pesquisa, mais da metade, 59%, confia que encontrará descontos reais e 58% afirmam que pretendem gastar mais de R$ 1 mil. Outros 73% informaram que querem antecipar suas compras de Natal. Entre os produtos que terão maior procura no evento estão os smartphone, objetos de desejo de 56% dos entrevistados. A TV está na lista de 43%, o notebook, na de 29%. Os outros itens que aparecem na pesquisa de pretensão de compras são: tênis (23%), tablets (21%), videogames (20%) e condicionadores de ar (18%).

O diretor executivo do Zoom, Thiago Flores, afirma que a Black Friday terá uma importante participação no crescimento das vendas tanto no e-commerce quanto no varejo convencional. Segundo a pesquisa, 81% dos consumidores acreditam que vão encontrar promoções mais relevantes em lojas on-line do que nas físicas, além de 66% que pretendem aproveitar o evento apenas pela internet e 82% confiam que receberão o produto comprado. “O e-commerce deve crescer de 20% a 25% este ano e a Black Friday representará uma importante fatia do faturamento desse setor, principalmente porque o tíquete-médio para a data está bem alto”, afirma.

Maria Thereza Cunha já está monitorando as ofertas da TV que deseja:
Maria Thereza Cunha já está monitorando as ofertas da TV que deseja: "Se não tiver enganação, vou comprar" (foto: Marcos Michelin/EM/DA Press)

A turismóloga Maria Thereza Coelho Cunha é uma das que pretendem aproveitar a data para adquirir uma TV, hoje vendida por cerca de R$ 4 mil. “Estamos de olho no preço e, se tiver um bom desconto, se não tiver enganação, vou comprar”, afirma. Maria Thereza conta que já participou do evento nos Estados Unidos e que é um excelente negócio aliar uma viagem internacional ao turismo de compras nesta data específica. Segundo ela, lá, os descontos chegam a 90% em artigos como tênis, roupas, perfumes e acessórios. “Vale muito à pena. Chegamos a comprar calça jeans a U$ 7, roupas de criança a US$ 5. É diferente do Brasil onde encontramos descontos muito pequenos ou tudo pela metade do dobro, como já se ouviu falar”, ressalta.

MONITORAMENTO Apesar de o evento ter conquistado a confiança de muitos consumidores, a Black Friday já recebeu indesejáveis críticas nos anos anteriores, ganhando até jargões como “Black Fraude” e “Tudo pela metade do dobro”. Para evitar que situações como esta ocorram, o site Zoom promete funcionar como curadoria do evento, monitorando as ofertas em tempo real e comparando com os preços praticados anteriormente, fornecendo aos consumidores informações sobre as promoções verdadeiras e certificando os descontos, com o selo Black Friday. “O evento está melhorando a cada ano, mas o mercado ainda precisa mudar muitas coisas. Neste ano vamos ficar atentos para que os consumidores não sejam enganados. Vamos oferecer apoio ao cliente para que ele compre produtos que atendam às suas necessidades, aproveitando as melhores ofertas em lojas confiáveis”, explica Thiago.

Depois de participar de duas edições do eventos nos Estado Unidos, onde comprou tênis com 75% de desconto, calça jeans a US$ 7, suéter a US$ 0,1, a empresária Nicole Miranda está desacreditada no evento promovido no Brasil. Ela conta que não pretende adquirir nada na edição deste ano. “Os descontos aqui não parecem reais. Os preços são maquiados e, para mim, 10% não é um desconto de Black Friday. Para compensar, tem que ter pelo menos 50% e isso é difícil de encontrar aqui”, afirma Nicole, que não descarta a possibilidade de comprar alguma coisa, desde que apareça uma boa oportunidade real, com um bom preço.

De um dia
para um mês

Ao longo do mês, quem passa pela maioria das lojas do e-commerce, se depara com ações de desconto que remetem à Black Friday. Com um cenário econômico menos otimista, a data promete impulsionar o comércio não só no dia 28, mas ao longo do mês. A antecipação das promoções, segundo especialistas, é uma forma de tentar recuperar a confiança do consumidor e estimular as vendas no comércio, que estão abaixo do esperado. Em alguns sites, já são encontrados produtos com até 50% de desconto.


Entre as que começaram a liquidação mais cedo, estão duas famosas redes do e-commerce, a Dafiti e a Netshoes, que prometem produtos com preços até 50% mais baixos. Segundo o sócio fundador da Dafiti, Malte Horeyseck, a ideia é aumentar o movimento e faturar mais alto, ganhando a confiança do consumidor. “Não tínhamos planos de divulgar essas ações tão cedo, mas foi uma característica do mercado e tivemos que acompanhar. A Black Friday começou com um dia, passou a ser no fim de semana e agora já se fala em black november”, afirma Malte. Ele diz que as promoções já alavancaram as vendas do mês. “O comércio vem sofrendo perdas com a desaceleração da economia e a falta de confiança do consumidor. Conseguimos chamar a atenção do consumidor e fazer um bom mês”, completa.

Para o dia oficial da Black Friday, 28, Malte afirma que as ações serão mais incisivas, com descontos que chegam a 80%. A expectativa, segundo ele, é de que as vendas sejam alavancadas em mais de 600%, se comparadas a um dia de movimentação normal.

A Netshoes também promove o Black November durante todo o mês, com descontos que chegam a até 50% em mais de 3 mil produtos. Para a Black Friday, o CMO da loja, Juliano Tubino, afirma que o site terá uma dinâmica exclusiva, com descontos ainda maiores. A expectativa, segundo ele, é bater o recorde do ano passado, quando a porcentagem de cadastro de novos clientes foi superior a 100% no dia do evento. Os pedidos fechados com o serviço de personalização (camisas de futebol, chuteira, luvas de goleiro, camisetas casuais, sandálias e jaquetas) cresceram 214% em relação às três sextas-feiras que antecederam a ação. As categorias de produtos voltados para esportes mais procuradas pelos consumidores foram as de running e casual. E os itens mais vendidos foram calçados e camisetas. (FM)


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