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Estado de Minas

Obras do terminal 2 de Confins devem ser entregues até abril de 2016

A privatização do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, já funciona na prática. Hoje, a gestão passa para o comando da BH Airport


postado em 12/08/2014 06:00 / atualizado em 12/08/2014 07:29

Uma das mudanças importantes previstas é a ampliação da pista e do número de pontes de embarque para os passageiros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Uma das mudanças importantes previstas é a ampliação da pista e do número de pontes de embarque para os passageiros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O Aeroporto Internacional Tancredo Neves já está sob o comando da iniciativa privada. A partir de hoje, a concessionária BH Airport assume a gestão da infraestrutura de Confins, na Grande BH. A empresa tem até 30 de abril de 2016 para entregar as obras do terminal 2, o que vai permitir dobrar a capacidade do aeroporto para 22 milhões de passageiros/ano na próxima década. Já a ampliação iniciada pela Infraero, no terminal 1, pode se estender até o início de 2015, coincidindo com a construção do novo prédio, marcada para começar até o fim do ano. Outra alteração prevista será na forma como o Aeroporto Internacional Tancredo Neves é chamado. O nome oficial continua valendo, mas ao invés de ser popularmente conhecido como aeroporto de Confins, passa a ser identificado pelo novo gestor como aeroporto internacional de Belo Horizonte.

Segundo o presidente da Concessionária BH Airport, Paulo Rangel, o chamado puxadinho, ou terminal 3, que não conseguiu ser inaugurado a tempo para a Copa do Mundo, vai permanecer como apoio ao novo prédio, que será inaugurado em 2016. Durante o feriado do Natal e Ano-novo, momento de crescimento da demanda, os passageiros podem ter que conviver com várias intervenções ao mesmo tempo. A previsão é que sejam investidos perto de R$ 1,5 bilhão no aeroporto internacional até 2024.

Durante os próximos três meses o período de operação do aeroporto será assistido pela Infraero, prazo que pode se alongar por mais 90 dias, conforme determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Só então a concessionária formada pelo Grupo CCR e Zurich Airport, assumem integralmente o comando.

As obras para o terminal 2 incluem 14 novas pontes de embarque, totalizando 23 salas remoto, novo espaço para passageiros em voos internacionais , mais balcões de check in. O estacionamento também será ampliado com 1.455 novas vagas, totalizando espaço para 4.015 veículos. Nas próximas duas semanas, entram em funcionamento também serviços já comuns, mas que os usuários ainda não têm acesso no aeroporto, como internet rápida gratuita e câmeras nos estacionamentos. Apesar da previsão de fim de obras em 2016, novas rotas internacionais ainda não foram confirmadas.

“Estamos em negociação”, afirmou Rangel. Ontem, cerimônia nas dependências do aeroporto marcou a transferência da operação para a iniciativa privada com participação de autoridades da Infraero, Anac e do ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco. O ministro voltou a afirmar que após os leilões de privatização e a Copa do Mundo, a prioridade passa a ser a aviação regional.

Em média, o preço das passagens regionais no país é 31% mais alto que em áreas metropolitanas. Segundo o ministro, a intenção é que esse custo seja reduzido provocando maior utilização do transporte aéreo pelo brasileiro. Moreira Franco ressaltou ainda que o valor do lanche deve aliviar o bolso do consumidor no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. “São líderes de reclamação dos usuários em aeroportos brasileiros, a limpeza de banheiros e o preço da alimentação.” Segundo ele, a concorrência já reduziu preços em outras praças, como Brasília.

A concessionária BH Airport também vai avaliar, nos próximos meses, quantos funcionários da Infraero vai absorver em seu quadro. Aqueles que não forem aproveitados serão realocados ou podem vir a aderir ao plano de demissão voluntária (PDV).

Torcida


A arquiteta Ana Buso, de 27 anos, veio a Belo Horizonte a trabalho. Ela que viaja constantemente e espera que a privatização melhore os aeroportos de forma generalizada. “Espero a evolução desde os serviços de internet wi fi até os preços dos restaurantes e das passagens, que são muito caras no Brasil”, diz. No momento, ela está na torcida para ver o fim das obras e diz que espera que realmente a aviação regional melhore. “Sempre que tenho que viajar para cidades menores preciso sair de São Paulo e ir para Campinas”, reclamou.

O último balanço do terminal provisório (puxadinho), de 31 de maio, indica que 73% das obras foram concluídas. As construções, no entanto, foram paralisadas durante a Copa do Mundo, o que significa que novas ações foram feitas nas últimas semanas. A previsão da Infraero é que o terminal 3, seja entregue até o fim do mês. Isso permitirá que o aeroporto opere dentro da capacidade, enquanto é construído o segundo terminal. Orçado em R$ 22,32 milhões, o terminal terá capacidade para 3,9 milhões de passageiros por ano. O terminal existente tem limite de 10,3 milhões de passageiros por ano e, com as obras, poderá receber até 11,8 milhões de pessoas anualmente.

Enquanto o encarregado de obras Paulo Rebelo, de 59, espera serviços mais cuidadosos nos aeroportos, como com o transporte das malas: “viajo muito e com frequência tenho que comprar novas malas”. O psicólogo Antônio Carlos Gonçalves, de 68, acredita que preços de alimentação e das passagens tendem a ficar mais acessíveis com o concorrência.

A arquiteta Ana Buso espera a melhoria nos preços de passagens e da alimentação(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A arquiteta Ana Buso espera a melhoria nos preços de passagens e da alimentação (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Reformas pelo saguão

O vaivém de funcionários e as obras ainda não vão deixar de ser vistos no Aeroporto Internacional Tancredo Neves no curto prazo. Dias antes do início da Copa do Mundo, a Infraero autorizou o consórcio Marquise/Normatel a suspender as intervenções. Pelo balanço mais recente, restam ainda 50% do cronograma, segundo o Portal da Transparência. Entre as ações que faltam ser feitas estão: a reforma o setor de desembarque internacional; a instalação de elevadores; a construção do edifício que abrigará o setor comercial; a instalação de parte das novas esteiras de bagagem; sala de embarque remoto, doméstico e internacional, entre outros. A integração dos novos sistemas eletrônicos também é outra etapa que falta ser feita.

Às vésperas da Copa do Mundo, a dúvida era se o aeroporto atenderia à maior demanda de passageiros, sendo que o terminal operava acima do limite previsto e a promessa de entrega das obras nunca era cumprida. Apesar dos questionamentos, durante o período, Confins funcionou muito acima das expectativas. Dias depois, no entanto, os problemas voltaram a afetar o funcionamento do terminal, com goteiras e vazamentos na primeira chuva mais forte que atingiu a extensão do telhado.

Iniciada em setembro de 2011, a previsão era de que a obra fosse entregue em dezembro do ano passado. Desde 2012, o consórcio cobra a entrega dos estudos e reclama do não cumprimento dos prazos. As empresas chegaram a enviar repetidos ofícios para a estatal, oficializando a cobrança e responsabilizando a Infraero pelos atrasos. O atraso na execução das obras de reforma do terminal de passageiros do aeroporto de Confins custará aos cofres da Infraero R$ 17,8 milhões além do orçamento inicial, de R$ 223,9 milhões. Com isso, a estatal desembolsará R$ 241,7 milhões, alta de 7,94% em relação ao valor inicial.


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