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Estado de Minas

Indicador da CNI mostra que 72% dos brasileiros acreditam na alta de preços

3% admitem que manterão o atual nível de endividamento ou ampliarão os débitos


postado em 30/07/2013 06:00 / atualizado em 30/07/2013 07:16

Consumidores estão mais cautelosos com o custo de vida e, com isso, devem frear as compras(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 11/12/12)
Consumidores estão mais cautelosos com o custo de vida e, com isso, devem frear as compras (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 11/12/12)
Brasília – Se depender da expectativa dos consumidores, dos empresários industriais e do mercado, o cenário econômico em 2013 pode ficar mais nebuloso. Vários indicadores antecedentes, que pretendem identificar as tendências da economia, apontaram o aumento do pessimismo em julho. Segundo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 72% dos brasileiros acreditam que a inflação aumentará nos próximos meses e 51% que o desemprego será maior. E mais: 73% admitem que manterão o atual nível de endividamento ou ampliarão os débitos.

Diante desse quadro, o Inec caiu 0,1% em julho ante junho e 2,7% na comparação com o mesmo mês de 2012, para 110 pontos. A queda foi puxada, sobretudo, pela preocupação dos consumidores com o custo de vida. Quando esse item é analisado isoladamente, o índice despenca 5,9% em relação a junho e 11,1% sobre julho do ano passado. "Quanto mais baixo for o indicador, maior é a preocupação das pessoas", afirmou Marcelo Azevedo, economista da CNI. O índice de julho para a inflação é o mais baixo desde 2001.

Para Azevedo, o consumidor não percebeu o arrefecimento dos preços e já está fazendo um prognóstico negativo para o emprego e a renda. "O Inec indica maior pessimismo da população quanto à capacidade da economia de continuar gerando novos postos de trabalho nos próximos seis meses", destacou. Ele lembrou que o indicador considera ainda a situação financeira, a intenção de compras de bens de maior valor, a evolução da renda pessoal e o nível de endividamento. Com exceção das compras de bens de maior valor, todos os índices são negativos na comparação com o ano passado.

No caso das dívidas, o quadro também é preocupante. O Banco Central informou ontem que, em maio, o total de débitos das famílias com o sistema financeiro cresceu pelo quinto mês consecutivo, cravando novo recorde. O valor total das dívidas corresponde, agora, a 44,52% da renda dos trabalhadores.

Não à toa, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), que já vinha perdendo força ao longo do primeiro semestre, terá desaceleração maior no segundo semestre, de acordo com avaliação do coordenador da Sondagem Industrial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloísio Campelo. O indicador caiu 4% em julho ante o mês anterior, ao menor nível desde julho de 2009 (95,7 pontos). Foi o maior recuo desde dezembro de 2008.

PROTESTOS Campelo credita os dados negativos, em parte, à onda de manifestações que se espalhou pelo país. "As expectativas estão em queda desde fevereiro. Mas, há dois meses, caíram mais fortemente. No entanto, o ambiente de incertezas para negócios também é reflexo do cenário interno, com endividamento em alta, renda em baixa e desaceleração da economia mundial", explicou. De 14 segmentos industriais analisados pela FGV, 10 registraram baixa da confiança, dois mostraram alta e dois ficaram estáveis.

"É natural que todos estejam preocupados. O ambiente ficou muito negativo para os negócios e para o consumo. O governo foi leniente com a inflação e não fez o dever de casa, de cortar despesas", alertou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Novo recuo para o PIB

O Boletim Focus, que reúne as projeções das 100 maiores instituições financeiras do país, apontou ontem para um crescimento do Produto Interno Bruto de apenas 2,28%, repetindo a previsão da semana passada, enquanto a estimativa do governo permanece em 3%.

“Os dados de confiança da indústria mostram que os investimentos vão cair, assim como o consumo. Esses índices já estão ruins há algum tempo e, pelos indicadores antecedentes, devem continuar assim. Por nossa previsão de crescimento do PIB é mais baixa que a média do mercado, de 1,8%”, destacou o economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo.

A projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2013 foi mantida em 5,75%. Para 2014, passou de 5,87% para 5,88%. Já a estimativa do Focus para a taxa básica de juros, Selic, continua em 9,25% ao ano. A taxa está hoje em 8,5% ao ano e foi mantida a expectativa de que suba para 9% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 27 e 28 de agosto. (SK).


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