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Estado de Minas

Projeções mudam com economia patinando

Avanço dos juros, inflação em alta e recuo no consumo levam mercado a admitir que país pode entrar em recessão


postado em 12/07/2013 06:00 / atualizado em 12/07/2013 06:47

A alta dos juros, combinada com inflação e esgotamento do poder de consumo das famílias, e o fraco desempenho da economia brasileira levaram os economistas a revisarem suas previsões de crescimento para este ano. A desconfiança do mercado é tanta que a ideia de que o Brasil pode entrar em recessão, com queda da atividade econômica por dois trimestres seguidos, é cada vez mais forte entre os especialistas. Se isso ocorrer, não está descartada a possibilidade de o Banco Central (BC) inverter o ciclo de aumento nos juros, baixando as taxas, como aconteceu em 2011.

Na avaliação do analista da DX Investimentos Felipe Chad, o único indicador que falta para o país entrar numa recessão é o desemprego. “Acredito que no ano que vem já vamos ter dois trimestres seguidos com queda”, afirmou. O índice de desemprego ainda é baixo, mas previsões do mercado apontam taxas crescentes daqui para a frente. De acordo com o relatório do Santander, que revisou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para baixo – 2% em 2013 e 2014 e 1,5% em 2015 –, a taxa de desemprego fecha o ano em 5,8%, mas sobe para 6,2% no ano que vem e para 6,7% em 2015. No ano passado, o índice ficou em 5,5%.

Se confirmado o cenário de desemprego em alta e crescimento em baixa, a recessão pode chegar ainda antes. Há quem aposte que será no quarto trimestre deste ano e no primeiro trimestre de 2014. Conforme o analista da DX Investimento Lino Grill, nessas circunstâncias, o BC pode mudar o rumo de aperto monetário e optar por reduzir a Selic para tentar reverter o quadro de crescimento negativo.

Hoje a autoridade monetária divulga o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB mensal. As apostas do mercado foram todas revisadas e agora são negativas. O Espírito Santo Investment Bank (BES) projeta queda de 0,3% no IBC-Br de junho. A mediana do mercado é de -1%. O Banco Itaú trabalha com um índice próprio, mas também aposta em retração de 1%, conforme o economista Aurélio Bicalho.

“Os dados de produção são todos ruins. A indústria caiu 2%, o varejo ampliado teve retração de 0,8%. Esses resultados mostram o enfraquecimento do PIB. Nós revisamos para 2,3% em 2013 e 2,5% no ano que vem, mas sabemos que o mercado aponta até 1,8% para este ano”, disse o economista-chefe do BES, Flávio Serrano. “O Brasil tem a segunda taxa de juros mais alta do mundo, descontada a inflação. E uma economia que patina, por mais que se tente acelerar, ela não sai do lugar. Sem investimento, por causa dos juros altos, os próximos meses serão muito ruins”, projetou o economista do Moneyou Jason Vieira.

Termômetro

Alguns indicadores antecipam o cenário pessimista de Vieira. Considerado termômetro da atividade econômica, as vendas de papelão ondulado (que embalam a produção industrial do país) já vinham em franca desaceleração, ainda que com índices positivos, e, em junho, registraram queda de 1,46%, de acordo com a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO).

Para a agência JP Morgan, a redução mais drástica no mercado de trabalho é o principal risco para a economia, mas pode ajudar a conter a inflação. A consultoria também revisou sua previsão de crescimento do PIB para 2% em 2013 e 2,7% em 2014.

 


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