A operadora de caixa Rejane Maria trabalha desde 2007 e tem renda média de R$ 1 mil. Metade do seu salário é gasto com roupas e lingeries. “Se eu gostar do produto, compro. Não importa muito se é caro ou barato”, diz. Na semana passada, comprou uma camisola nova. “É para comemorar o aniversário do meu marido”, afirma. Mas a partir de agora Rejane vai precisar pisar nos freios na hora das compras. “Eu tive um filho há pouco tempo, as prioridades mudam”, observa.
Segundo Tergilene, privilegiar as exigências dessa mulher, que compra roupas e acessórios, mas também define a compra do carro, da roupa do marido, dos filhos e dos eletrodomésticos, é importante para o varejo, que precisa ver, no ato de compra, mais que a aquisição de um bem material. “Comprar, para ela, é um ato mágico. É uma conquista de quem sempre foi excluída e discriminada. Não pelo valor material, mas pelo sentimento de saber que trabalhou para comprar a roupa, o sapato e todos os bens que tem consumido”, afirma. (CM e GC)