(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Brasil é bola da vez para a Anglo

Presidente mundial da mineradora visita projeto Minas-Rio e diz que produção no complexo começa em meados de 2014


postado em 26/10/2012 06:00 / atualizado em 26/10/2012 08:04

Numa demonstração da prioridade dada pelo grupo britânico Anglo American ao projeto Minas-Rio, complexo de exploração de minério de ferro orçado em mais de US$ 5 bilhões, os 11 representantes do Conselho de Administração da mineradora conferiram, na segunda e na terça-feira, as obras de implantação em Conceição do Mato Dentro (Região Central) e Pedra Bonita (Zona da Mata). A missão foi liderada pela presidente mundial da Anglo American, Cynthia Carroll, que cumpriu agenda intensa de reuniões de trabalho em Belo Horizonte para afinar detalhes do novo cronograma do empreendimento. A produção começa na segunda metade de 2014, cerca de um ano à frente do planejamento inicial. Em entrevista ao Estado de Minas, a executiva que entrou na lista das personalidades mais influentes do mundo empresarial, feita pela Revista Fortune, reafirmou a importância do Brasil como peça chave da estratégia de crescimento do conglomerado.

“Se há dúvidas sobre o nosso compromisso com o Brasil, os números dos investimentos já feitos pela empresa e os do projeto Minas-Rio falam por si. É o maior aporte da Anglo American no mundo e também o de uma empresa estrangeira no país”, afirmou Cynthia Carroll. A mineradora pisou em terras brasileiras há 40 anos e acumula desembolso estimado em US$ 14 bilhões (R$ 28 bilhões) de 2007 a 2013. O adiamento do projeto Minas-Rio anunciado recentemente, de acordo com a presidente da mineradora, se deveu à três ações impetradas pelo Ministério Público, sendo que duas delas foram solucionadas e uma terceira está em fase final de negociação para adequação.

Quanto à decisão da companhia de colocar à venda suas operações de ferro no Amapá, a medida foi tomada para que todos os esforços se concentrem no complexo Minas- Rio. São 150 frentes de trabalho nas obras, empregando 13 mil pessoas, com um tráfego equivalente a 4 milhões de quilômetros rodados por mês para o transporte de materiais. A Anglo vai abrir 5.400 empregos diretos e 15 mil indiretos quando o empreendimento entrar em funcionamento.

O mineroduto em construção para levar a produção ao terminal do Porto de Açu, no qual a mineradora tem sociedade com a LLX, em São João da Barra (RJ), será o maior no mundo, com 525 quilômetros de extensão, atravessando 32 municípios mineiros e fluminenses. “Dependemos muito da nossa habilidade de produzir aqui para a empresa continuar crescendo. O Brasil é uma peça chave na nossa estratégia, não só porque tem estabilidade política e vem crescendo, mas pela diversidade e qualidade dos seus recursos minerais”, disse a presidente da Anglo American.

Cmpetitividade

Os direitos minerários com os quais a empresa conta na Região de Conceição do Mato Dentro são de aproximadamente 5,8 bilhões de toneladas na chamada qualidade premium, que apresenta teor de 68% de ferro, depois da etapa de beneficiamento. Na primeira fase de operação do Minas-Rio, serão produzidos 27 milhões de toneladas por ano. Outra vantagem do projeto destacada por Cynthia Carroll está no custo baixo da logística. São dois fatores essenciais para a competitividade do empreendimento, em especial, diante da queda dos preços do minério de fero no mercado internacional.

 

Vale quer virar o jogo


A Vale terá que se adequar ao cenário de preços magros e instáveis no mercado internacional de minério e fará isso desinvestindo em projetos considerados periféricos em relação ao negócio-alvo da empresa, a maioria localizados fora do país. A ideia, a partir de agora, de acordo com diretor executivo de finanças, Luciano Siani, é buscar parcerias que dividam o esforço de caixa da empresa para viabilizar os investimentos e seguir com os projetos. As parcerias podem incluir ativos de níquel, fertilizantes e carvão. A única área em que a empresa descarta sócios é a de produção de minério.

Com a queda do preço do minério de ferro no mercado internacional, o lucro líquido da Vale caiu 57,8% no terceiro trimestre em comparação com igual período de 2011. Em comparação com os meses de abril, maio e junho, a retração foi de 37%. A receita operacional da companhia em julho, agosto e setembro de 2012 caiu 18,8% frente o terceiro trimestre de 2011. O preço da tonelada de minério acumula queda de 50% no último ano. Diante da nova situação, a companhia também vai reduzir investimentos.

“O Capex vai ter seu pico em 2012. Não vai ser tão alto quanto anunciamos em 2011, quando fizemos esse plano. Estamos fazendo um esforço para ter um número menor”, afirmou Siani a analistas do mercado financeiro. De acordo com ele, em 2013, o objetivo é ter um número ainda menor. “Apesar da queda de preços e receita, o que vocês estão vendo é uma companhia rápida e ágil, que está se adaptando para fazer mais com menos. Podemos ser uma empresa muito lucrativa nesse novo cenário, sempre com muita disciplina, já que a situação é menos exuberante do que já foi.”

Siani afirmou que a empresa ainda não fechou a previsão de investimentos para 2013, mas garante que será o maior investimento privado do Brasil. Os resultados da Vale, embora negativos, já eram esperados pelo mercado. O balanço apresentado ao mercado agradou os investidores do mercado de capitais. Ontem, as ações ON da Vale registraram alta de 5,38% e as PN 5,07%. (Com MV)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)