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Estado de Minas

Risco da vaca louca na mira de Minas Gerais

Instituto Mineiro de Agropecuária deve determinar o abate de 4.634 bovinos que foram alimentados com cama de frango


postado em 09/10/2012 06:00 / atualizado em 09/10/2012 06:42

De olho nos perigos de infecção com a chamada doença da vaca louca (tecnicamente chamada de Encefalopatia espongiforme bovina), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) obrigou produtores rurais a interditar 4.634 cabeças de gado no estado. O balanço é das fiscalizações feitas entre janeiro e o mês passado. O motivo da interdição dos animais foi o uso proibido da cama de frango (restos de fezes de aves e outras proteína ou gorduras de origem animal), na alimentação do rebanho. Ao todo, em 18 das 52 propriedades rurais fiscalizadas foram detectadas irregularidades, o que significa que um terço descumpre a legislação e faz uso do produto proibido na dieta dos bovinos. A expectativa é de que esses 4.634 animais sejam abatidos por terem consumido proteína animal, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O prazo para abate será definido de acordo com a data de notificação do pecuarista, que pode entrar com recurso, caso não concorde com a penalidade. Apenas um criador mineiro terá de eliminar cerca de 2,5 mil animais, o que elevou significamente o total de casos no estado. Em 2011, foram abatidos 1.260 animais que ingeriram proteína animal entre janeiro e setembro. O aumento, frente ao registrado neste ano, chega a 267,7%.

A cama de frango é um tapete formado por palhas e cascas de vegetais usado em granjas ou galinheiros para evitar que as aves fiquem em contato direto com o piso. Depois de alguns meses, é feita sua substituição. O composto pode ser reaproveitado como adubo ou fertilizante, mas há os que optam por usá-la irregularmente para alimentar o gado. Como é de baixo custo e rica em proteína, é vista como alternativa para a engorda dos animais principalmente na época de seca, quando o pasto fica prejudicado. O problema é que ao longo do tempo ocorre acúmulo de dejetos, penas e serragem, o que torna o produto um alimento de alto risco de contaminação tanto para o boi quanto para consumidores de  leite ou carne

A região mais afetada pelo uso da cama de frango como ração para o gado em Minas é a Centro-Oeste, devido à presença de vários criatórios de aves. Cidades como Pará de Minas, Lagoa Formosa, Luz, Pitangui e Ponte Nova estão na lista onde de municípios com produtores autuados. Neste ano, outro motivo que levou os criadores a usarem mais a cama de frango foi a valorização do milho e da soja. Para evitar o aumento do custo de produção, muitos preferiram usar o alimento proibido.

Por esse motivo, veterinários do IMA visitam fazendas suspeitas ou denunciadas, coletam o alimento e encaminham amostras para análise laboratorial. Quando há suspeita, o gado é interditado. Caso se confirme, o produtor tem 30 dias para eliminá-lo, podendo ser feito sacrifício ou abate em frigorífico, sendo excluído o material de risco. Em negativa, o animal é liberado. “Muitos ainda insistem em descumprir as determinações, principalmente em polos aviários”, afirma a coordenadora do Programa de Vigilância das Encefalopatias do IMA, Daniela Bernardes. O problema também tem sido registrado em outros estados. Na semana passada, por exemplo, o ministério determinou o abate de 27 animais no Mato Grosso.

Apesar dos registros, no início do ano o Brasil melhorou sua colocação em relação ao risco de contaminação da vaca louca. Deixou o patamar internacional de região de risco controlado para a categoria de risco insignificante.


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