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Estado de Minas

Após enchentes, empresários do setor de movéis começam a recuperar prejuízos em Guidoval


postado em 19/05/2012 06:00 / atualizado em 19/05/2012 07:09

Eliana Massa acredita que a empresa BM Tubulares irá crescer 20% este ano(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 7/1/12)
Eliana Massa acredita que a empresa BM Tubulares irá crescer 20% este ano (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 7/1/12)
 

Quatro meses depois de terem parte da produção destruída pelas tempestades que castigaram várias cidades de Minas no início deste ano, fabricantes de móveis de Guidoval, na Região da Zona da Mata, um dos nove municípios que formam o principal polo do setor no estado, já comemoram aumento no volume de vendas de até dois dígitos. E o melhor: a próxima semana deve ser de bons negócios, já que de 21 a 25 deste mês ocorre em Ubá, cidade vizinha, a 10 ª Feira de Móveis de Minas Gerais (Femur). O evento deve movimentar R$ 275 milhões, volume 10% superior aos R$ 250 milhões registrados na última edição (2010) – a feira, considerada a maior do gênero no estado e a terceira no país, é realizada a cada dois anos.

A empresária Eliana Massa, dona da BM Tubulares, que funciona em Guidoval, vai participar da feira. Em janeiro, parte do depósito da empresa, que ficava próximo ao Rio Xopotó, foi atingido pela cheia do leito, danificando vários móveis. Mas esse não foi o único problema enfrentado por Eliana à época: “A ponte (sobre o Xopotó) foi interditada e prejudicou a escoação da produção, que precisou ser feita em estrada de terra. São 25 quilômetros a mais.” Depois de colocar a casa em ordem, ela estima crescer 20% em 2012. “O volume de vendas já aumentou, até agora, cerca de 15%”, completou.

Já a produtora Solange de Oliveira Machado, dona da Kaslianc, não vai participar da feira, mas espera faturar 25% a mais no confronto entre este exercício e o passado. O eldorado à vista em nada lembra os primeiros dias do ano, quando a cheia do Rio Xopotó transformou o chão de sua fábrica em um mar de lama. À época, ela estimou que as perdas chegaram a meio milhão de reais. Alguns funcionários precisaram ser demitidos. Mas qual o segredo da saúde financeira da Kaslianc?

Ela revela: “Renegociei prazo de pagamento de matéria-prima com fornecedores, mudei a empresa para um espaço menor (o que lhe aliviou no preço do aluguel) e trabalhei em dobro”. Resultado: a produção foi reforçada nos meses seguintes, possibilitando a recontratação de todos os colaboradores que haviam sido dispensados. “Agora, não descarto a possibilidade de contratar profissionais”, comemora Solange.

FEIRA


O aumento de 10% esperado durante a feira, acreditam os organizadores, será sustentado pelo consumo da nova classe C. Uma pesquisa divulgada há poucas semanas pelo Instituto Data Popular, especializado em estudos da nova classe média, avaliou que os brasileiros dessa faixa de renda devem gastar R$ 21,7 bilhões com a compra de móveis em 2012. O valor é 12% acima do que o desembolsado no ano passado. “Estamos nos preparando para atender a classe C, que foi impactada pelo aumento da renda e, hoje, tem acesso ao nosso mobiliário”, avalia o presidente do Movimento Empresarial do setor em Ubá, Generoso Carneiro Neto.

Outro cenário que deve beneficiar o setor, assim como vários outros do mercado nacional, é a redução das taxas de juros no país, uma das bandeiras da administração da presidente Dilma Rousseff. Até o fim do ano, a equipe econômica do governo federal vai trabalhar para reduzir a Selic, a taxa que dita o ritmo da política monetária no Brasil, atualmente, em 9% ao ano, para 8,5% até dezembro. No caso da nova classe média, porém, boa parte prefere comprar à vista, barganhando preços melhores. Ainda segundo outra pesquisa do Data Popular, divulgada no primeiro trimestre de 2012, 53% dos entrevistados com renda de R$ 3 mil preferem pagar as compras de qualquer produto à vista.


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