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Estado de Minas

Shopping centers apostam no interior de Minas

Pelo menos 14 shopping centers serão inaugurados no estado nos próximos anos. Onze ficarão fora da capital, que deixará de ser a campeã desse tipo de empreendimento em Minas


postado em 31/03/2012 06:00 / atualizado em 31/03/2012 07:09

Foi-se o tempo em que ir à capital significava para os moradores do interior fazer turismo em shopping center. A alegria de poder frequentar redes de fast food internacionais e lojas de grife dentro de um centro de compras moderno e bem estrututurado está cada dia mais próxima dos moradores das cidades do interior. Os grandes empreendedores de shoppings no Brasil estão apostando a maior parte das fichas em cidades de menor porte, que têm consumidor potencial e ainda são pouco exploradas comercialmente.

A previsão da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) e de empresários do ramo é que sejam construídos 14 shoppings no estado nos próximos anos, sendo apenas três em Belo Horizonte. Atualmente, a capital e o interior contam com quase o mesmo número de centros comerciais (veja quadro). Mas chegou o momento da virada e nos próximos anos Minas deve passar a ter 28 shoppings no interior, contra 21 em BH.

O número de empregados nos shoppings do interior hoje também já encosta na capital: são 26,65 mil pessoas trabalhando nos centros de compras fora de Belo Horizonte, contra 27,39 mil na maior cidade do estado, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). E só no decorrer deste ano o número de empregos nos shoppings de Minas deve dar um salto de 20% e chegar a 64.905 trabalhadores, segundo a Abrasce. A maior parte desses funcionários deve ser contratada nos empreendimentos que estão em fases de obras ou lançamentos no interior. Para 2013 a previsão de empregos em shoppings mineiros é ainda mais expressiva: 71.029, o que representa 31,4% acima dos números atuais.

"Temos 27 capitais e 5,5 mil cidades do interior. É natural que o número de shoppings cresça mais nas cidades menores do que nas capitais", afirma Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce. Há 15 anos, diz, cerca de 85% dos shoppings estavam localizados nas capitais e apenas 15% no interior. Hoje essa divisão está mais igualada. "O preço dos terrenos está muito caro nas capitais. Isso ajuda na abertura de novos shoppings no interior", observa Veiga. Ele ressalta ainda o crescimento do poder de compra das classes C e D, que passaram a frequentar e gastar mais nos grandes centros de compras.

O diretor de relações institucionais da Alshop, Luís Augusto Idelfonso da Silva, revela que todas as cidades com mais de 150 mil habitantes têm capacidade para abrigar centros de compras. "A ida dos shoppings para o interior favorece os municípios, pois gera mais empregos, menor deslocamento para o trabalho e os impostos acabam recolhidos dentro do próprio município", diz. Ele ressalta que não há grandes diferenças de infraestrutura entre os shoppings de capital e do interior. "Há um modelo padronizado de crescimento. Ambos têm lazer, com boliche, academia de ginástica, lojas de eletrodoméstico e de reforma de roupas", observa Silva. O tapete vermelho foi estendido aos clientes dos shoppings do interior. Tanto que entre as lojas âncoras que chegam às cidades de menor porte junto com os centros de compras há megastores, redes de fast food renomadas e lojas de grifes reconhecidas nacionais e internacionais. Já há casos de marcas como Lacoste, Victor Hugo, Brooksfield que estão reservando espaço nos empreendimentos do interior.

Nos próximos dias a Tenco Shopping Centers anuncia o lançamento de um Garden Shopping em Varginha, no Sul de Minas. O nome completo do centro de compras ainda está em fase de elaboração e o empreendimento vai contar com investimentos de R$ 100 milhões e 150 lojas, sendo quatro âncoras. O shopping vai ficar no trevo da cidade, em direção ao aeroporto. Serão gerados 2,8 mil empregos diretos e 3,5 mil indiretos. "O crescimento do varejo tende a ser no interior. Antes estava muito concentrado nas capitais", afirma Eduardo Gribel, presidente da Tenco Shopping Centers. A empresa, que participou de empreendimentos como o Ponteio Lar Shopping e o Pátio Savassi, em BH, agora foca no interior.

Além do shopping de Varginha, a Tenco entrega no fim deste ano o Metropolitan Garden Shopping, em Betim. O empreendimento vai consumir R$ 250 milhões em investimento e gerar 4,5 mil empregos na primeira fase, que terá 300 lojas. "Todas as lojas dos shoppings de Belo Horizonte estarão conosco em Betim", diz Gribel. Em outubro do ano que vem a Tenco inaugura outro shopping no interior de Minas, o Pouso Alegre Garden Shopping. Serão R$ 180 milhões em investimentos e 150 lojas. O empreendimento vai gerar 2,8 mil empregos diretos.

 

Projetos para todos os lados

 

Os projetos de novos shoppings pipocam por diversas regiões do estado. Em outubro, Pouso Alegre, no Sul de Minas, vai ganhar um empreendimento com cerca de 22 mil metros quadrados. Trata-se do SerraSul, que vai consumir R$ 100 milhões em investimentos. O shopping, que vai gerar cerca de 3 mil empregos, vai contar com quatro lojas-âncoras, duas megalojas, 122 lojas-satélites, quatro salas de cinema, um hipermercado, praça de alimentação com nove operações e estacionamento com cerca de 1.650 vagas.

"Antes, quem estava em Pouso Alegre tinha que ir a São Paulo", diz Luiz Constantino Rinhani, diretor de desenvolvimento da Prosperitas. A empresa é gestora de fundos de investimentos com foco em imóveis do país. Atualmente é responsável pela gestão de ativos imobiliários da ordem de R$ 3 bilhões. Dos sete projetos de shoppings nos quais a empresa trabalha atualmente, quatro são no interior. "Há um mercado forte nessas regiões", diz Rinhani.

Na Grande BH, nesta semana a Prosperitas lançou o Monte Carmo Shopping, em Betim, com investimento de R$ 180 milhões. O empreendimento tem inauguração prevista para 2013.

E em Uberlândia, no Triângulo, a holding portuguesa Sonae inaugurou nesta semana seu primeiro centro de compras em Minas, o Uberlândia Shopping, com investimentos de R$ 201 milhões. "Entregamos para a cidade um projeto inovador", afirma José Baeta Tomás, presidente da Sonae Sierra Brasil. (GC)


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