Uma eventual troca de sede da Usiminas de Minas Gerais para São Paulo está fora do radar das medidas imediatas que o novo presidente da companhia, o argentino Julián Eguren, pretende adotar e que podem não ser poucas, ante o desafio de levar a empresa a remunerar melhor os seus ativos e os investidores o mais rápido, deixando como marca do passado os fracos resultados de 2011. No primeiro encontro, nessa quarta-feira, com o governador Antonio Anastasia – uma audiência reservada, pela manhã, no Palácio Tiradentes – o executivo confirmou a disposição do grupo que o indicou, a siderúrgica Ternium e a Nippon Steel, de continuar investindo nos ativos da Usiminas no estado e “valorizar” o negócio. Foi esse o tom da conversa, segundo fontes do governo e do setor, com trânsito na siderúrgica.
A suposição de mudança de sede da companhia tem sido tratada como especulação pelo governo, ao menos por enquanto. Por precaução, o governador Antonio Anastasia fez questão de destacar no encontro com Julián Eguren a importância que a Usiminas tem na história da economia mineira. Além da bolada que o grupo argentino injetou na siderúrgica, a fonte lembra que a companhia tem em Minas os promissores ativos minerais, reunidos na Mineração Usiminas, com planos de investimentos de R$ 4 bilhões até 2015 para elevar sua capacidade de produção de minério de ferro de 8 milhões de toneladas no ano passado para 29 milhões de toneladas.
Impacto positivo Outro detalhe que faz diferença é o fato de o negócio do minério de ferro, que contribuiu positivamente para o balanço da Usiminas, ter como sócio o grupo japonês Sumitomo, um investidor já conhecido dos mineiros, ao ter se associado ao grupo Vallourec Mannesmann na criação da VSB, fabricante de tubos de aço recém-inaugurada em Jeceaba, na Região Central de Minas. Ambas as empresas buscam retorno do dinheiro aplicado e nisso dependem da valorização dos seus ativos.
O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, foi quem recepcionou o presidente da Usiminas no almoço dessa quarta-feira. “Acreditamos que, efetivamente, o futuro da Usiminas será brilhante. Foi o que nos transmitiu o novo presidente”, resumiu o industrial. A siderúrgica investiu R$ 2,4 bilhões nos seus negócios durante o ano passado e não está, de acordo com fontes da empresa e do governo mineiro, entre as empresas que costumam bater com frequência às portas do Tesouro estadual à procura de incentivos fiscais.