(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PRAZER DE PORTA EM PORTA

Mercado erótico tem representante mineira de peso no segmento de venda por catálogo

São 60 mil consultoras espalhadas pelo país. Feira de empresas do setor começa hoje na capital


postado em 06/10/2011 06:46 / atualizado em 06/10/2011 06:49

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press. Brasil. Belo Horizonte )
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press. Brasil. Belo Horizonte )
 

“Josi é com i, mas pode escrever com y, que fica igual meu cartãozinho”, sugere a consultora erótica Josy Galdino. O cartãozinho, no caso, apresenta oficialmente a moça, que também é cabeleireira e maquiadora, para clientes interessadas nos artigos que saltam de sua inseparável mala cor-de-rosa. Gel beijável (com variedade de 40 sabores), kit de jogos eróticos, vibradores de variados tamanhos, alcances e performances e a imbatível lingerie comestível são alguns dos produtos que rendem lucro que varia entre 100% e 300% e permitem que a revendedora incremente o orçamento em até R$ 2,5 mil mensais.

O chamado mercado erótico brasileiro, celebrado em feira que começa hoje em Belo Horizonte, movimentou R$ 1 bilhão em 2010, o que representou crescimento de 17% em relação a 2009. Deve fechar este ano 20% maior. Os números são da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme).

Josy “com y” é uma das 60 mil consultoras de uma marca mineira de catálogo para produtos eróticos, a Erotika Toys, que está entre as três maiores empresas do país no segmento. Em Minas, a força de venda porta a porta já cresce mais que o volume comercializado em sex shops virtuais e lojas físicas – são 9 mil consultoras no estado.

As vendas via e-commerce, no estado, devem ter crescimento de 20% até 2015; lojas físicas (valem de sex-shops a mercearias) devem aumentar os negócios, no mesmo período, em até 18%. Mas a estimativa de crescimento do segmento porta a porta é de 30% nos próximos quatro anos.

“O pessoal não tem mais inibição – antigamente, as compradoras eram mais jovens, hoje tenho clientes de todas as idades”, revela Josy, que também é professora de pole dance. Ela explica que, para fidelizar as consumidoras, não hesita em experimentar cada artigo novo com o marido: “Não posso enganar as clientes dizendo que um gel é saboroso, se ele não for”.

É com metáfora curiosa que o diretor da Erotika Toys, Paulo Aredes, explica por que a distribuidora passou de aposta tímida a sua única fonte de renda em quatro anos: “É como se tivéssemos um monte de gente que se habituou a viver descalça. Pode-se olhar para isso e pensar que a situação não vai mudar. Ou pode-se enxergar grande oportunidade de negócios aí. Depois que experimentar o sapato, esse pessoal pode gostar. E querer comprar cada vez mais”. Segundo Aredes, “se não houvesse consumo, a indústria não fabricaria 50 mil vibradores por mês”. “Até falta mercadoria.”

Este ano, a empresa estima que fechará com faturamento 40% maior que em 2010 – para 2012, a estimativa é que os negócios avancem 50%. Os valores, ele não revela: “Tem muito olho gordo nesse mercado”. O investimento inicial de uma consultora é de R$ 150. “Esse valor costuma retornar em até uma semana, por conta da novidade. É muito rápido”, diz Aredes. A frequência de compra de uma consultora é de oito vezes ao ano, com tíquete médio de R$ 350. Treinamentos periódicos capacitam as revendedoras a explicar o funcionamento dos cada vez mais mirabolantes gadgets sensuais.

De acordo com a presidente da Abeme, Paula Aguiar, se na internet a maior parte dos compradores é formada por homens (54%), o mercado de vendas diretas tem 99% de consumidoras. Os grandes hits desse mercado concentram-se na satisfação dos prazeres delas. “A modinha deste ano, por exemplo, é o gel vibrador”, diz Paula, referindo-se ao produto que ativa propriedades, digamos, “efervescentes” em contato com a intimidade feminina.

SEM PORNOGRAFIA

Justamente de olho no mercado feminino, a indústria erótica esforça-se para se desvincular da palavra “pornografia”. A Hot Fair, maior feira erótica do país, que chega a Belo Horizonte hoje, até domingo, no Iate Clube, é divulgada com cartazes lambe-lambe em cor-de-rosa berrante. Em destaque, sobre amarelo ainda mais fosforescente, o aviso: “Sem pornografia”. O diretor do evento, Bruno Batista, explica a diferença: “Erotismo e sensualidade são mais sutis. Você não vai ver ninguém sem roupa na feira; só de lingerie”.

A feira, que trará os produtos a preço de fábrica, espera receber até 6 mil pessoas nos quatro dias de evento. A expectativa da Abeme para a feira erótica é de crescimento de negócios na ordem de 5% a 8%, a exemplo do observado no mercado do Rio de Janeiro depois do evento.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)