(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Roteiros ecológicos, de lazer e religiosos atraem visitantes à Bacia do Velho Chico


postado em 03/06/2011 06:00 / atualizado em 03/06/2011 07:51


São Roque de Minas, Três Marias (MG), Juazeiro (BA), Bom Jesus da Lapa (BA), Penedo (AL) e Piranhas (AL) –
O engenheiro Nelson Vasconcelos, de 42 anos, viajou 493 quilômetros, de São José dos Campos (SP) a São Roque de Minas, para conhecer a nascente do Velho Chico. Luiz Orione, de 47, percorreu 397 quilômetros, de Uberlândia a Três Marias, para curtir a represa formada pelas águas do São Francisco. Ceciliane de Almeida, de 19, saiu de Serra do Romário (BA) para Bom Jesus da Lapa (BA), distante 50 quilômetros, para rezar no santuário de mesmo nome, terceiro destino religioso mais visitado do país depois de Aparecida (SP) e Juazeiro do Norte (CE). Os três turistas são exemplos de como roteiros na Bacia do Rio São Francisco começam a mostrar potencial.

O crescimento do turismo é um dos temas da sexta e última parte da série de reportagens que o Estado de Minas publica desde domingo sobre os novos rumos da economia no Velho Chico. Em alta no país – a previsão é de que atividades de turismo movimentem R$ 129,6 bilhões em 2011, segundo o World Travel & Tourism Council –, o setor também é aposta ao longo do rio para criar emprego e renda. São Roque de Minas é um exemplo. Com cerca de 7 mil moradores, o número de visitantes no Parque da Serra da Canastra, onde está a nascente do rio, cresceu 80% em quatro anos. Foram 25 mil pessoas em 2006, 32 mil em 2007, 35 mil em 2008 e 40 mil em 2009. “Não fechamos o balanço de 2010, mas será perto de 45 mil”, prevê o secretário de Turismo, Paulo Almeida. Segundo ele, o turismo já responde por 40% do Produto Interno Bruto do município.

Belezas naturais

O roteiro colonial do Velho Chico também é aposta da região. Em Penedo (AL), os visitantes se encantam com a Igreja de Nossa Senhora da Corrente, com detalhes arquitetônicos do barroco, rococó e neoclássico. Em Piranhas, uma lei municipal garante aos moradores que a prefeitura pinte a fachada dos imóveis históricos. A tinta é fornecida pelo município e cabe à família escolher a cor. A cidade também é rica em belezas naturais. Perto do município, o cânion do São Francisco, que começa na usina de Paulo Afonso, tem 60 quilômetros de extensão e é uma das atrações mais procuradas no rio. A 50 quilômetros da usina, praia em Canindé de São Francisco (SE) virou ponto de encontro de moradores e visitantes.

O potencial turístico do São Francisco tem atraído investimentos. Desde abril, visitantes podem navegar pelo rio com todo o conforto no primeiro iate-hotel de Minas. O empresário Aníbal Marques investiu R$ 4,2 milhões para construir o Mangaba, embarcação de 30 metros de comprimento, três andares e 12 camarotes com ar-condicionado que levou três anos para ficar pronta. “A demanda pelo turismo na região é grande”, justifica Marques. Viajar em um dos aposentos, com capacidade para quatro pessoas, custa entre R$ 800 e R$ 1,2 mil, dependendo do número de dias do passeio. O roteiro prevê viagem de ida e volta entre Abaeté, na Região Central de Minas, e a represa de Três Marias.

Além do Mangaba, outros barcos fazem passeios no Rio. O mais famoso deles é o Benjamim Guimarães, construído nos EUA em 1913 e que navegou pelo Rio Mississipi. Única embarcação a vapor do Brasil, ela faz passeios de Pirapora a cidades vizinhas. “Esse barco para mim é tudo. É dele que tiro o sustento da minha família”, diz o comandante do Benjamim Guimarães, Francisco Santos Rodrigues.

Assim como o turismo no Brasil, o setor enfrenta desafios na região. As estradas precárias e falta de divulgação ainda são entraves. “O Velho Chico é um ótimo nicho de mercado, mas ainda há muita coisa para mudar”, avalia Peter Mangabeira, vice-presidente da seção mineira da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-MG). “A divulgação é um problema que precisa ser resolvido”, defende.

NAVEGANDO
Contraste a bordo

Três Marias (MG) e Juazeiro (BA)
Enquanto o Mangaba, primeiro iate-hotel de Minas, estreia nas águas do São Francisco, o Saldanha Marinho, primeiro vapor a navegar no rio, apodrece em uma praça de Juazeiro (BA). Construída no início do século passado em Sabará, na Grande BH, a embarcação de madeira está pichada. No segundo andar, onde há duas cabines, pedaços de madeira se soltaram pela ação do tempo. O secretário de Cultura de Juazeiro, Crisóstomo Lima, promete que o Saldanha Marinho será reformado este mês para se tornar um importante ponto turístico. “O investimento será de R$ 50 mil. Depois de pronto, o vapor continuará na praça, mas (numa espécie de plataforma) com água. O motor será ligado diariamente e o apito voltará a funcionar para que os turistas apreciem sua beleza. Haverá, ainda, guia turístico”, prometeu.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)