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Estado de Minas

Vale admite corte em investimentos

Companhia deve deixar de aplicar cerca de US$ 4 bilhões dos US$ 24 bilhões previstos para este ano, queda de 17%


postado em 07/05/2011 07:00 / atualizado em 07/05/2011 07:10

A diretoria da Vale admitiu nessa sexta-feira que o orçamento de investimentos da companhia para este ano será reduzido em consequência de dificuldades no cumprimento dos prazos de projetos no Brasil e no exterior. Depois de anunciar um plano de desembolsos de US$ 24 bilhões em 2011, considerado o maior pacote de inversões de uma empresa de mineração no mundo, a Vale deverá deixar de aplicar cerca de US$ 4 bilhões, informou o diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da mineradora, José Carlos Martins, durante teleconferência para analistas e investidores sobre os resultados financeiros do primeiro trimestre.

A reação às informações dando conta do possível corte de 17% dos investimentos da empresa foi imediata no mercado financeiro. As ações preferenciais da Vale recuaram 0,42%, valendo R$ 44,8. Os papéis ordinários (com direito a voto) tiveram baixa de 0,26% e fecharam o pregão cotados a R$ 49,61 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Anunciado na noite de quinta-feira, o lucro líquido da mineradora alcançou R$ 11,291 bilhões, subindo 292,2% de janeiro a março, comparado à idênticos meses de 2010.

Indagado a respeito dos investimentos da mineradora, Martins reconheceu obstáculos para cumprir prazos anteriormente previstos. “Vai ficar mais para 20 (US$ 20 bilhões) do que para 24 (US$ 24 bilhões)”, disse o executivo em relação ao plano de inversões já anunciado. A explicação está em dois fatores básicos: demora na obtenção de licenças ambientais e escassez de mão de obra com alta qualificação e de outros recursos como equipamentos e materiais.

Na conferência com os analistas foram citados como exemplo de morosidade o projeto de níquel de Goro, na Nova Caledônia, na Oceania, e o de carvão de Moatize, em Moçambique. No Brasil, um dos empreendimentos importantes da mineradora que tem enfrentado a resistência dos ambientalistas é o Apolo, que consiste na abertura de uma reserva de minério de ferro com capacidade de produção de 24 milhões de toneladas por ano na Serra do Gandarela, em Caeté, na Região Central de Minas Gerais.

O diretor de estratégia da Vale ainda traçou um cenário otimista para a demanda internacional do ferro. “O risco real que vemos é o aumento da inflação, que levaria os governos a adotarem medidas para esfriar suas economias, o que poderia ser um risco para a demanda de minério”, afirmou Martins. A meta de produção de 350 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano, entretanto, está mantida, segundo Eduardo Bartolomeo, diretor executivo de operações integradas da mineradora.

Participação mineira

A Vale divulgou uma produção de 69,038 milhões de toneladas de minério de ferro de janeiro a março, desempenho 10,9% inferior ao do quarto trimestre de 2010, mas com acréscimo de 3,88% frente aos primeiros três meses do ano passado. As reservas mantidas pela companhia em Minas contribuíram com 65,9% do volume total produzido – 45,474 milhões de toneladas no primeiro trimestre.

De acordo com os diretores da Vale, a queda da produção frente ao último trimestre de 2010 é sazonal e relacionada às chuvas típicas desta época do ano. A mineradora investiu US$ 2,743 bilhões de janeiro a março, 27,1% a mais na comparação com os mesmos meses do ano passado. Em Minas, o desembolso somou US$ 2,003 bilhões, cifra 75% maior nessa base de análise. Os principais projetos já anunciados pela companhia para este ano alcançam US$ 10,5 bilhões, dos quais 14,2% (US$ 1,489 bilhão) previstos em Minas.


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