Destinos brancos que inspiram: lugares pintados de cal ou cobertos de neve
De Santorini na Grécia à Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. Paraísos que combinam com a paleta de cor da Pantone para o próximo ano
compartilhe
SIGA
Quando a Pantone define a Cor do Ano, ela captura mais do que uma tendência: ela traduz um estado de espírito global. Para 2026, cresce a aposta em tonalidades serenas, luminosas e minimalistas — e poucos elementos traduzem isso melhor que o branco, seja nas cidades caiadas do Mediterrâneo ou nos cenários naturais do Brasil.
Ao redor do mundo, e aqui mesmo no Brasil, há destinos onde o branco é alma, identidade e paisagem. Selecionamos lugares que, em diferentes contextos, revelam a força estética dessa cor — uma estética que poderia muito bem nortear a Pantone no próximo ano.
A cor de 2026
Em um mundo saturado de estímulos visuais e ansiedades cotidianas, a Pantone, autoridade global em cores, trouxe um sopro de tranquilidade para o futuro: o anúncio da Cor do Ano de 2026. Pela primeira vez em sua história de 26 anos selecionando tons anuais, a escolha é um branco etéreo batizado de “Cloud Dancer (PANTONE 11-4201)”. Não se trata de um branco estéril ou impessoal, mas de um "branco ondulante e equilibrado", descrito pela empresa como um "sussurro de calma e paz em um mundo barulhento".
Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute, explica que “Cloud Dancer” evoca a imagem de nuvens dançantes ao entardecer, com sutis nuances quentes e frias que criam uma presença aerada e versátil. "É como uma tela em branco, simbolizando nosso desejo por um recomeço fresco em tempos de transformação", afirma Eiseman. Após o tom terroso e reconfortante de Mocha Mousse em 2025, essa seleção representa um reset minimalista, influenciado por tendências em moda, design e cultura pop.
A escolha não é aleatória: o Pantone Color Institute analisa influências globais, desde a arte e a tecnologia até o bem-estar emocional. Em 2026, “Cloud Dancer” deve permear tudo, de pinturas em fachadas de prédios e casas, smartphones a móveis, promovendo espaços serenos e multifuncionais.
Mas o que torna “Cloud Dancer” especialmente poético é sua capacidade de realçar o que já existe, sem ofuscar. Como um canvas neutro, ele "deixa todas as cores brilharem", segundo Laurie Pressman, vice-presidente do instituto. É um convite à reflexão quieta, em uma sociedade que redescobre o valor da pausa. E, ironicamente, esse branco "lofty" – elevado e leve – ganha ainda mais relevância ao pensarmos em destinos turísticos onde o branco não é mera cor, mas identidade arquitetônica. Cidades ao redor do mundo, banhadas por esse tom puro, parecem dançar com as nuvens, capturando a essência serena de Cloud Dancer e transformando-se em ícones de paz visual.
Leia Mais
Onde o branco dança com o Céu e o Mar
O branco de “Cloud Dancer” ressoa em paisagens urbanas que priorizam a luz, o minimalismo e a harmonia com a natureza. Esses destinos turísticos, com sua arquitetura caiada ou calcária, não só se destacam pela beleza imaculada, mas pela forma como a cor reflete o entorno, criando um efeito de levitação e serenidade – perfeito para o espírito de 2026. Aqui vão algumas cidades que brilham como protagonistas dessa paleta:
Santorini, Grécia – A brancura solar
As casas caiadas que sobem e descem os penhascos de Oia e Fira já são praticamente um manifesto estético. O branco grego, pensado por tradição e por estratégia (refletir o calor), tornou-se símbolo de luminosidade e paz. Nesse cenário, o branco é pura vibração: vivo, quente, contrastado pelo azul profundo do Mediterrâneo. Se Pantone buscasse luz, é aqui que ela encontraria.
Mykonos, Grécia – Um branco moderno e pulsante
Além de Santorini, Mykonos reafirma a força do branco como símbolo do Mediterrâneo contemporâneo. Com suas casas de geometria limpa e fachadas impecáveis, a ilha mistura tradição e modernidade, criando uma identidade vibrante e jovem. Um branco contemporâneo, com vocação lifestyle.
Destinos com neve: onde o branco reina
Expandindo o conceito de Cloud Dancer para além da arquitetura, o branco nevado transforma destinos em verdadeiros "winter wonderlands", com neve que cobre tudo em um manto puro e reflexivo. Esses lugares, espalhados pelo globo, oferecem experiências de inverno mágicas, de auroras boreais a picos alpinos, alinhando-se perfeitamente ao tema de serenidade e recomeço de 2026.
Zermatt e os Alpes Suíços, Suíça:
Aos pés do icônico Matterhorn, Zermatt é um vilarejo alpino proibido para carros, coberto por neve de dezembro a abril. Trilhas de esqui, chalés de madeira e teleféricos levam a picos que parecem tocar as nuvens, com o branco da neve criando um contraste dramático com o céu azul. Perfeito para esquiadores e amantes da natureza, é um dos destinos mais mágicos para vivenciar o inverno europeu.
Alberobello, Itália – O charme cônico dos trulli
Os trulli de pedras brancas são uma estrada estética para o passado da Puglia. Paredes robustas, superfície rústica e luminosidade intensa formam um minimalismo natural, onde o branco não é tendência: é herança. Um branco histórico, que conversa com a identidade mediterrânea.
Quebec e Mont-Tremblant, Canadá – A suavidade das cidades nevadas
Quando chega o inverno, a cidade de Quebec se transforma em um cenário monocromático de telhados, ruas e árvores cobertas por neve espessa e macia. Em Mont-Tremblant, a visão é ainda mais cinematográfica: montanhas inteiras vestidas de branco.
Aqui, a cor fala de aconchego, silêncio e pausa — um branco emocional.
Leia Mais
Hokkaido, Japão – O branco futurista da neve
O norte japonês é famoso por sua neve fina, abundante e quase etérea, especialmente em Sapporo e Niseko. O branco aqui parece tecnológico, suave como pó, perfeito como papel em branco.
Uma estética que combina simplicidade oriental e leveza zen.
Hallstatt, Áustria
Considerada uma das vilas mais fotogênicas do mundo, Hallstatt fica à beira de um lago alpino, com casas antigas e uma igreja gótica envoltas em neve durante o inverno. O cenário inclui minas de sal milenares e vistas panorâmicas que inspiram contos de fadas, tornando-a ideal para quem busca tranquilidade e beleza natural.
Banff e Lake Louise, Canadá
No coração das Montanhas Rochosas canadenses, Banff National Park oferece lagos congelados como o Lake Louise, com águas turquesa sob camadas de neve brilhante. Atividades incluem patinação no gelo, trilhas com raquetes de neve e observação de vida selvagem, em um dos visuais mais "brancos" do planeta.
Lapônia Finlandesa (Rovaniemi e Kakslauttanen), Finlândia
Lar oficial do Papai Noel, a Lapônia é um paraíso de neve infinita, com auroras boreais dançando sobre florestas congeladas e iglus de vidro para observação noturna. Atividades como safáris de renas e banhos em saunas quentes contrastam com o branco polar, criando uma experiência mágica e reflexiva.
Antártida (cruzeiros de expedição)
O continente mais remoto e branco da Terra, com icebergs gigantes, colônias de pinguins e geleiras que se estendem ao infinito. Cruzeiros partindo da América do Sul oferecem vistas de um branco puro e intocado, simbolizando o auge da serenidade isolada – um destino para aventureiros que querem "dançar" com as nuvens polares.
DESTINOS BRANCOS NO BRASIL
Paraty (RJ) - A estética caiada do Brasil colonial
No litoral fluminense, Paraty e Paraty-Mirim exibem casarios brancos caiados que refletem a herança colonial brasileira. O branco aqui é tropical: quente, iluminado, tradicional — um contraste elegante com o verde das montanhas e o azul do mar. Um branco culturalmente brasileiro, cheio de história e luz.
Lençóis Maranhenses (MA)
Dunas gigantescas de areia branca que parecem um deserto luminoso tocado por lagoas azul-turquesa. Um dos cenários mais icônicos do país, onde o branco não é ausência — é protagonista. Um branco vivo, natural e mutável.
Vale do Catimbau (PE) - Areias claras e paisagens minerais
Embora famoso por tons terrosos, o Catimbau também revela áreas de areia clara e paredões iluminados que ganham tons quase brancos sob o sol forte. Um branco desértico, quente e bravio.
Praia dos Carneiros (PE) - Igrejinha branca à beira-mar
A Capela de São Benedito, caiada de branco e cercada por coqueiros, virou símbolo nacional. É o encontro perfeito entre arquitetura branca, mar calmo e natureza tropical.
Um branco fotogênico, suave e tropical.
Trancoso (BA) - O Quadrado caiado
As casinhas brancas e coloridas ao redor do Quadrado, com a Igreja de São João Batista — branquíssima — ao fundo, criam uma estética solar e clássica do litoral baiano. Um branco que mistura rusticidade e charme praiano.
Praia do Farol - Arraial do Cabo (RJ)
Considerada uma das praias mais brancas do Brasil, com areia tão fina e clara que parece pó de vidro.
Um branco luminoso que se mistura ao azul neon do mar.
Dunas de Genipabu (RN)
Um dos cartões-postais do Nordeste, com dunas claras e um visual que, por vezes, remete aos grandes desertos brancos do planeta. Um branco ventoso, leve e cinematográfico.
Petrópolis (RJ) - Berço do Brasil Imperial
No coração da Serra Fluminense, essa "Cidade Imperial" brasileira exibe casarões coloniais brancos, como o Museu Imperial e o Palácio de Cristal, herança de Dom Pedro II. O branco caiado das fachadas neoclássicas e góticas reflete o clima ameno, atraindo visitantes para rotas gastronômicas e eventos culturais.