Lô Borges: morte por intoxicação alerta para os riscos dos remédios
Caso do músico acende debate sobre automedicação e interações perigosas; saiba como evitar combinações fatais e usar medicamentos com segurança
compartilhe
SIGA
A morte do cantor e compositor Lô Borges (73), ocorrida na noite de domingo (2/11) e confirmada na segunda-feira (3/11), em Belo Horizonte, acende um alerta para um problema de saúde pública silencioso e perigoso: a intoxicação por medicamentos.
O músico estava internado desde 17 de outubro em decorrência do quadro, que evidencia os graves riscos da automedicação e das interações medicamentosas.
Uma intoxicação pode ocorrer por diversos motivos, desde um erro na dose prescrita até o uso de remédios por conta própria. Um levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou que, apenas em 2023, mais de 30 mil casos de intoxicação foram causados pela automedicação com fármacos comuns, como analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos.
Leia Mais
Tratamento inadequado
As consequências podem variar de alergias e hemorragias gástricas a quadros de insuficiência renal aguda. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos acontece quando o paciente recebe o tratamento apropriado para sua condição, na dose correta e pelo tempo necessário, algo que a automedicação ignora completamente.
O perigo, no entanto, vai além da superdosagem. A combinação inadequada de diferentes substâncias, conhecida como interação medicamentosa, pode anular ou potencializar o efeito de um tratamento, causando reações adversas graves.
Essa mistura pode envolver não apenas outros remédios, como também alimentos, bebidas e até suplementos vitamínicos.
Riscos comuns no dia a dia
Muitas interações perigosas ocorrem com produtos de fácil acesso. A combinação de antiácidos com certos antialérgicos, por exemplo, pode reduzir a eficácia do tratamento.
Já o uso simultâneo de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios aumenta o risco de sangramento gastrointestinal.
Outras associações de alto risco incluem antibióticos que diminuem a eficácia de anticoncepcionais orais, o que pode levar a uma gravidez indesejada.
Até mesmo o cálcio, presente no leite, pode interferir na absorção de alguns antibióticos, comprometendo o combate a uma infecção. O álcool, por sua vez, potencializa o efeito de sedativos e remédios para controle de pressão, elevando o risco de quedas e desmaios.
Como evitar os riscos?
Prevenir complicações exige atenção e, principalmente, orientação profissional. Adotar algumas práticas simples no dia a dia pode evitar consequências graves e até salvar vidas.
-
Nunca misture medicamentos, chás ou suplementos sem antes consultar um médico ou farmacêutico.
-
Mantenha uma lista atualizada de tudo o que você utiliza, incluindo vitaminas e produtos naturais, e a apresente em consultas.
-
Leia a bula com atenção e siga rigorosamente as doses e os horários recomendados para cada medicamento.
-
Evite a automedicação. Um sintoma aparentemente simples pode mascarar uma condição mais séria que exige diagnóstico correto.
-
Em caso de qualquer dúvida, procure um farmacêutico ou o médico que te acompanha. Eles são os profissionais mais acessíveis para orientar sobre o uso seguro de medicamentos.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.