Todo cuidado é pouco com remédios vencidos
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Todo cuidado é pouco com remédios vencidos

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O Brasil é um país diferente mesmo. Em algumas questões, somos rígidos, mas em outras, deixamos rolar solto. A venda de remédios é uma delas. Em qualquer país do mundo onde a gente vá, é impossível comprá-los sem prescrição médica. Aqui, conseguimos obter praticamente todos os medicamentos na maior facilidade.


Há alguns anos, conseguíamos comprar antibióticos e pomadas antibióticas sem receituário. Quando a legislação mudou, foi um Deus nos acuda. Ficamos com ódio, reclamamos, criticamos. E me incluo neste grupo. Por sinal, até hoje, quando tenho uma dor de garganta brava, fico bem irritada em ter de marcar consulta para conseguir a receita.

 


Quando minha mãe era viva, já bem idosa, e necessitava usar creme antibiótico para evitar assaduras, era outra peleja para conseguir o medicamento.


Mas essas proibições têm razão de ser. Amanhã é Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, criado para alertar a população sobre a importância da utilização correta de remédios. A campanha chama a atenção para os perigos da automedicação e do uso indiscriminado de substâncias que podem provocar intoxicação.


Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) mostram que cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no Brasil em consequência da automedicação, números que preocupam entidades do setor da saúde.


“É um problema realmente grave, que envolve pacientes, médicos, dentistas e farmacêuticos, entre outros profissionais. Todos precisam estar atentos e atualizados quanto às recomendações oficiais”, comenta Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem).


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há uso racional de remédios quando o paciente recebe medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas a suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.


A seguir, lembramos as recomendações oficiais:


Evite tomar medicamentos sem orientação de um profissional de saúde (médicos, dentistas e farmacêuticos) e usá-los indiscriminadamente, sem necessidade. Cuidado com remédios vencidos.


Em caso de intoxicação, busque ajuda imediatamente. Ligue para o Samu (192). Existe também o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), criado pela Anvisa.


Tomar remédios indiscriminadamente e de forma errada pode causar resistência microbiana aos antibióticos, o que torna as infecções mais difíceis de serem tratadas. Como consequência, aumenta o risco de propagação e gravidade das doenças, o que implica no aumento de mortes.


Cuidado ao comprar remédios. Confira sempre se o produto tem registro na Anvisa.


Guarde a nota fiscal do medicamento, para ter o comprovante caso precise consultar ou registrar alguma queixa com relação ao produto. Se o remédio deixar de fazer efeito, a orientação é procurar o médico imediatamente.


Farmácias, drogarias, laboratórios, distribuidores e importadores não podem cobrar acima do preço permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Consulte o painel para conferir preços. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)