7 sinais de demência que aparecem antes da perda de memória
A doença vai além do esquecimento; mudanças sutis no humor, na fala e até na capacidade de planejar podem ser alertas importantes para a demência
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A demência ganhou destaque com os diagnósticos de personalidades como Bruce Willis, Maurício Kubrusly e Milton Nascimento, trazendo à tona a importância de reconhecer seus primeiros sinais.
Ao contrário do que muitos pensam, a perda de memória nem sempre é o sintoma inicial. Existem alterações sutis de comportamento e cognição que podem servir de alerta muito antes.
Entender esses sinais precoces é crucial, pois um diagnóstico no início da doença permite um planejamento de cuidados mais eficaz e o acesso a tratamentos que podem ajudar a gerenciar os sintomas.
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O que é demência?
A demência é um termo abrangente para um declínio na capacidade mental severo o suficiente para interferir na vida diária. A manifestação é uma das características do Alzheimer, por exemplo, mas pode sinalizar outras condições, como:
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Demência por corpos de Lewy
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Demência frontotemporal
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Demência vascular
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Parkinson
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Doença de Huntington
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Esclerose múltipla
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Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Sinais de alerta
Identificar os primeiros sintomas pode ser desafiador, pois eles costumam ser sutis e facilmente confundidos com o estresse do dia a dia ou com o processo natural de envelhecimento.
Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Unicamp, reforça que olhar apenas para os sinais clássicos pode atrasar o reconhecimento da doença e, consequentemente, o início dos cuidados adequados para cada indivíduo.
“Reconhecer a diversidade de formas como a demência se manifesta nos ajuda a acompanhar cada paciente de modo mais integral, favorecendo intervenções precoces que preservem a qualidade de vida”, afirma.
Por isso, ficar atento a um conjunto de mudanças é o caminho mais seguro. Veja os principais sinais que podem aparecer antes da perda de memória significativa:
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Dificuldade para planejar ou resolver problemas: tarefas que antes eram simples, como seguir uma receita ou administrar as contas do mês, podem se tornar um grande desafio. A pessoa pode ter dificuldade em se concentrar e levar muito mais tempo para fazer coisas que antes realizava com agilidade.
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Problemas de linguagem: esquecer palavras comuns ou substituí-las por termos inadequados é um sinal importante. A pessoa pode parar no meio de uma conversa sem saber como continuar ou se repetir com frequência.
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Mudanças de humor e personalidade: ficar confuso, desconfiado, deprimido ou ansioso sem um motivo aparente pode ser um indicativo. Mudanças bruscas de humor, passando da calma para a raiva rapidamente, também são um alerta.
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Apatia e perda de iniciativa: um desinteresse repentino por hobbies, atividades sociais ou encontros com amigos e familiares é comum. A pessoa pode precisar de estímulo para se envolver em atividades que antes gostava.
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Confusão com tempo e lugar: perder a noção das datas, das estações do ano ou do motivo de estar em determinado local é um sinal clássico. A pessoa pode se sentir perdida em ambientes que são familiares a ela.
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Dificuldade em executar tarefas familiares: problemas para realizar atividades do dia a dia, como operar um eletrodoméstico conhecido, dirigir para um local habitual ou lembrar as regras de um jogo favorito, podem indicar o início da condição.
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Problemas com a percepção visual: ter dificuldade para ler, julgar distâncias ou identificar cores e contrastes pode ser um sintoma. Isso não deve ser confundido com problemas de visão relacionados à idade, como a catarata.
O que fazer ao notar os sinais?
Observar esses sinais em si mesmo ou em um familiar pode ser assustador, mas a ação rápida é fundamental. O primeiro passo é procurar um especialista, como um neurologista ou geriatra, para uma avaliação completa e detalhada.
Anote os sintomas observados, a frequência com que ocorrem e como eles afetam a rotina diária. Essas informações são valiosas para o profissional de saúde durante a consulta e o início do tratamento que deve ser multidisciplinar.
Marcos Cabrera, geriatra e diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), destaca o papel do geriatra no acompanhamento e tratamento do Alzheimer, principal causa da demência.
“A primeira função dele é promover um melhor envelhecimento humano. A segunda é definir qual tipo de enfermidade está afetando a pessoa idosa. Depois, fazer com que o indivíduo lide com essa nova realidade cognitiva, da melhor maneira possível, tratando de maneira adequada, tanto farmacologicamente como não farmacologicamente, e acolhendo e orientando os familiares ou cuidadores em relação a isso”, relata.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.