SAÚDE DA MÃE E DO BEBÊ

Trombofilia na gestação: Mariana Rios revela diagnóstico; entenda

A condição pode oferecer riscos à mãe e ao bebê, mas tratamento multidisciplinar é solução para um gestação bem-sucedida

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Em suas redes sociais, a atriz Mariana Rios compartilhou um relato sobre sua gestação e seu diagnóstico de trombofilia. "Como eu tenho um histórico de trombofilia, eu preciso de alguns cuidados especiais, então todos os dias, quando eu acordo, eu aplico minha injeção de anticoagulante e também eu tomo um comprimido diário, eu faço isso com amor", disse a atriz. 

Segundo a cirurgiã vascular Aline Lamaita, a condição refere-se a uma tendência do indivíduo a sofrer com trombose devido a uma circulação prejudicada, o que favorece a formação dos coágulos sanguíneos, característicos da trombose, no interior das veias. “Mas é importante ressaltar que são problemas diferentes. Uma pessoa com trombofilia pode nunca ter uma trombose na vida. E quem sofre com trombose não necessariamente tem trombofilia”, afirma.

E a trombofilia pode causar uma série de complicações durante a gestação. "As síndromes dos anticorpos antifosfolípides, que são as trombofilias, podem causar algum tipo de vasculopatia da placenta", explica o ginecologista e obstetra Nélio Veiga Junior, mestre e doutor em Tocoginecologia pela FCM - Unicamp. 

"Pode ocorrer obstrução da circulação placentária, com consequente redução do fluxo de sangue para o local. Em casos em que apenas parte das veias é obstruída, o resultado pode ser uma diminuição do fornecimento de nutrientes para o bebê com consequente redução do crescimento fetal. Já em casos mais graves, pode ocorrer o descolamento da placenta e até mesmo a morte do feto, levando a partos prematuros e aumentando o risco de aborto”, alerta Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.

Diagnóstico

O problema é que a trombofilia é difícil de ser diagnosticada. Por isso, os especialistas apontam que inchaço repentino e duradouro, principalmente nos membros inferiores, dor constante, mudança de coloração e aumento de temperatura no local são sinais de alerta para a formação de um coágulo. Mas a trombofilia é, em muitos casos, assintomática, visto que nem sempre leva à formação de coágulos”, diz a Aline, que recomenda que pessoas que tem antecedentes pessoais ou histórico familiar de abortos, trombose ou trombofilia na família mantenham um acompanhamento vascular.

Segundo Rodrigo, é muito comum, inclusive, as mulheres receberem o diagnóstico de trombofilia durante tentativas de engravidar em procedimentos de fertilização in vitro sem sucesso, já que a condição pode causar falhas na implantação do embrião. “As alterações na circulação causadas pela trombofilia, com aumento do risco da formação de coágulos, podem atrapalhar que a implantação embrionária ocorra como deveria”, diz.

Em caso confirmado de trombofilia, o tratamento é indispensável para assegurar a sobrevivência do bebê e o bem-estar da gestante. Mas a abordagem pode variar dependendo do caso. “Podemos prescrever o uso de anticoagulantes, como a heparina, e a adoção de um estilo de vida saudável, abandonando hábitos que figuram como fatores de risco para o problema. Recomenda-se, por exemplo, que a mulher pare de fumar e ingerir álcool, consuma bastante água, adote uma alimentação balanceada, realize exercícios físicos regularmente e evite passar muito tempo na mesma posição. Peso excessivo também figura entre os fatores agravantes, pois o excesso de gordura aumenta o estado inflamatório e dificulta o retorno venoso, tornando a circulação venosa mais lenta”, diz a cirurgiã vascular.

O especialista ainda ressalta que, para mulheres com trombofilia que desejam engravidar, a fertilização in vitro pode ser recomendada após o tratamento da condição ser iniciado, pois permite um maior acompanhamento e controle de todo o processo.

Cuidados

Nélio Veiga Junior explica que para evitar problemas circulatórios em geral, sempre é indicado que as pacientes utilizem meia elástica de média compressão. “Essa meia deve ser usada ao longo do dia e durante viagens. Se a gestante puder fazer drenagem linfática ajuda muito no retorno venoso. Isso vai favorecer a diminuição de edemas e de dores locais que são comuns na gravidez”, explica. 

O exercício físico também é essencial para a melhora da circulação. “Praticar exercícios como caminhadas, ioga ou hidroginástica, com orientação profissional, pode melhorar a circulação, reduzir o estresse e preparar o corpo para o parto”, diz o obstetra.

O acompanhamento vascular e obstétrico adequado também é fundamental, pois, apesar dos cuidados, a gestação de grávidas com trombofilia ainda é de alto risco. “Por isso, um pré-natal rigoroso é fundamental para garantir a saúde da mãe e do bebê. Além disso, é recomendado o tratamento multidisciplinar do paciente, que deve seguir sendo acompanhado de perto tanto por um obstetra quanto por um médico vascular”, orienta Rodrigo Rosa.

“Em casos graves, podemos continuar com o uso de anticoagulantes durante toda a gestação para prevenir o espessamento do sangue e a formação de coágulos. Já em casos em que o risco é menor, apenas o acompanhamento redobrado com um pré-natal reforçado e a adoção de um estilo de vida saudável é suficiente”, pontua Aline Lamaita.

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