Dengue tem queda de mais de 90% em MG, mas prevenção continua com drones
especialista alerta que ações intensivas devem continuar para evitar nova explosão de arboviroses
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Siga noSegundo dados do Painel de Monitoramento do Ministério da Saúde, até a 11ª Semana Epidemiológica, o número de casos confirmados de dengue em Minas Gerais caiu de 730.026 em 2024 para 28.894 em 2025. A queda superior a 96% demonstra, até agora, a efetividade das medidas adotadas pelo governo estadual.
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A queda significativa nos casos de dengue coincide com a ampliação do uso de tecnologias de vigilância e intervenção ambiental. Um exemplo concreto é a atuação do Techdengue em Belo Horizonte, uma área de 6.224 hectares foi mapeada e identificados mais de 21 mil focos potenciais de reprodução do mosquito. Assim foi possível atuar diretamente em mais de 5 mil residências, removendo 7 toneladas de lixo e promovendo intervenções definitivas em 78% dos criadouros encontrados. O resultado foi uma redução de 89% dos focos em áreas monitoradas, de acordo com dados da empresa.
Em Brumadinho, o trabalho também foi intenso. Mais de 2.860 hectares foram mapeados e 5.769 focos com alto potencial de proliferação. Com o apoio de drones equipados com câmeras de alta resolução e sensores térmicos, a equipe técnica conseguiu alcançar regiões de difícil acesso, como áreas de mata e terrenos baldios, promovendo um diagnóstico preciso e orientando ações rápidas e assertivas das secretarias de saúde.
“O diferencial do Techdengue está na capacidade de antecipar surtos. Usamos tecnologia de ponta para detectar criadouros antes que eles se tornem um problema real. O drone enxerga o que muitas vezes o olhar humano não consegue identificar”, explica Renato Mafra, diretor de operações da Aero Engenharia. “E o mais importante: não basta controlar. É preciso manter o monitoramento ativo, mesmo com a diminuição dos casos. Esse é o único caminho para evitar um novo surto”, completa.
Prevenção além da estatística
O especialista destaca que o cenário atual exige cautela. “A expressiva redução nos casos não significa que o problema foi resolvido. Pelo contrário, o risco de reintrodução de sorotipos menos circulantes do vírus, como o tipo 3 e 4 da dengue, pode gerar novos surtos mais agressivos, especialmente em populações com baixa imunidade. Por isso, o monitoramento contínuo e o uso de ferramentas tecnológicas seguem como estratégia central”, comenta.
O Techdengue disponibiliza para as prefeituras relatórios georreferenciados, base em séries históricas e indicadores climáticos, além de suporte para campanhas de conscientização da população.
O projeto vem sendo incorporado por diversas gestões municipais como parte integrante das políticas públicas de saúde. Em muitos casos, os dados do Techdengue são usados como base para a elaboração dos planos de contingência para o enfrentamento da dengue e outras arboviroses.
Para a empresa, a luta contra as arboviroses é um compromisso que vai além da tecnologia. “Estamos falando de salvar vidas. Cada foco eliminado é uma pessoa a menos no hospital, um leito a mais disponível, uma família protegida. Nosso trabalho é garantir que a ciência e a inovação estejam a serviço da saúde pública”, conclui Renato.