
Brasil avança na cobertura vacinal infantil, mas desafios continuam
O país saiu da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo
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Siga noO Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo, de acordo com dados globais sobre imunização infantil (WUENIC), lançados em 2024 pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de crianças que não receberam a primeira dose da tríplice bacteriana infantil (DTP) foi de 687 mil em 2021 e 103 mil em 2023. Em relação à terceira dose da DPT, em 2021, 846 mil crianças não foram imunizadas, contra 257 mil em 2023.
No ano passado, 2.408 municípios brasileiros atingiram a meta da segunda dose da vacina tríplice viral, que previne o sarampo, a caxumba e a rubéola, enquanto em 2022 foram apenas 855 cidades, segundo registros do Ministério da Saúde. A meta para a vacina oral poliomielite (VOP) passou de 1.466 municípios, em 2022, para 2.825, em 2024.
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Apesar dos avanços, ainda há crianças que não recebem todos os imunizantes recomendados, mantendo o risco de surtos de doenças evitáveis. Especialistas destacam a necessidade de conscientização da sociedade para evitar o retorno de infecções controladas no país e sua disseminação em massa em ambientes escolares e familiares.
“As vacinas do calendário nacional são de suma relevância para prevenir o desenvolvimento de doenças ao entrar em contato com vírus e bactérias patogênicos, ou para que os sintomas sejam mais brandos, caso ocorra a infecção. Ao decidir por não imunizar seus filhos, os pais assumem a responsabilidade de expô-los a complicações de patologias evitadas, como paralisia, cegueira, comprometimento do sistema nervoso, insuficiência cardíaca e até à letalidade”, alerta Alexandra Gazzoni, coordenadora de Biomedicina da Estácio.
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De acordo com a biomédica, as vacinas infantis podem ser compostas por vírus atenuados – ativos, mas sem capacidade de produzir a doença – ou inativados por agentes químicos ou físicos – para estimular a produção de anticorpos pelo sistema imune. “Existem ainda imunizantes de subunidades, compostos por fragmentos purificados dos antígenos, a exemplo da vacina contra o papilomavírus humano (HPV), que, embora não seja obrigatória, é extremamente importante para a prevenção do câncer de colo de útero e de tumores de vulva, vagina, peniano, anal, orofaringe, além de verrugas genitais”, informa.
Quanto às reações adversas das vacinas, Alexandra Gazzoni afirma que geralmente são previsíveis e gerenciáveis. “Os efeitos incluem prostração, febre baixa e dor no local da aplicação. Algumas doses são contraindicadas para crianças com alergia à proteína do ovo e imunossuprimidas, sendo essencial a avaliação do pediatra para a correta orientação. Vale lembrar que determinadas imunizações infantis, como a contra a dengue, administradas em clínicas particulares, exigem prescrição médica, reforçando a necessidade do acompanhamento médico.”