ROPA

Bebê pode ter o DNA de duas mães? O método feito por Ludmila e Brunna

Técnica consiste na implantação de embriões formados com os óvulos da parceira no útero da outra, permitindo que ambas participem biologicamente da gestação

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A gestação compartilhada, também conhecida como método ROPA (recepção de óvulos da parceira), vem se consolidando como uma alternativa para casais homoafetivos femininos que desejam dividir biologicamente a experiência de se tornarem mães. Esse tratamento possibilita que ambas as parceiras participem do processo de concepção e desenvolvimento do bebê, criando um vínculo para a futura família. E foi essa a escolha da cantora Ludmilla e de sua esposa, Brunna Gonçalves, que compartilharam recentemente sua experiência com o público.

No ROPA, uma das parceiras passa pelo processo de estimulação ovariana para a coleta dos óvulos. Após a fertilização com sêmen de um doador, que pode ser anônimo ou um parente da parceira não envolvido na doação (evitando consanguinidade), o embrião é transferido para o útero da outra parceira, que irá gestar o bebê. "Uma fornece a carga genética, enquanto a outra vivencia a gestação, o parto e a amamentação", explica a ginecologista e especialista em reprodução humana da Vida Bem Vinda, unidade do FertGroup, Carolina Rebello.

Em 2013, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) permitiu que as clínicas e serviços de reprodução humana realizassem metodologias de reprodução assistida em casais do mesmo sexo no Brasil, tornando a possibilidade real.

Conexão entre genética e epigenética

Carolina ressalta que, apesar de a gestação compartilhada envolver ambas as mães biologicamente, há uma distinção importante na contribuição genética: o DNA do bebê provém de quem doou o óvulo e do doador de sêmen.

No entanto, a gestante também desempenha um papel significativo no desenvolvimento do bebê por meio da epigenética, um fenômeno que influencia a ativação e desativação de genes de acordo com o ambiente uterino e o estilo de vida da gestante. “Esse processo não altera a sequência do DNA, mas pode impactar a expressão de alguns genes, influenciando o desenvolvimento e características do bebê”, explica.

Para a especialista, a conexão com o bebê se aprofunda ao longo dos nove meses de gestação, à medida que o feto cresce e se desenvolve no útero da mãe gestante. Na amamentação, ambas as parceiras podem se envolver, seja por translactação ou indução da lactação, embora essas alternativas requeiram preparação, medicação e o uso regular de bombinhas para estimular a produção de leite.

“Ainda que apenas uma das parceiras participe do tratamento de maneira biológica, isso não reduz a maternidade da outra. Ambas compartilham o processo, e a não-gestante é tão mãe quanto a gestante – não apenas legalmente, mas em todos os aspectos que definem a maternidade e o vínculo familiar”, complementa a ginecologista.

Planejamento reprodutivo para pessoas LGBTQIAPN+

Considerar procurar um especialista em medicina reprodutiva é necessário assim que se inicia o planejamento da possibilidade de formar uma família, especialmente se o casal pretende explorar opções como gestação compartilhada, fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial ou uso de sêmen, óvulos ou embriões doados.

Esse contato é importante para esclarecer dúvidas sobre o processo, avaliar as opções mais adequadas para cada situação e iniciar os exames e preparativos necessários, como avaliação da reserva ovariana, saúde reprodutiva e possíveis fatores genéticos envolvidos.

Além disso, um especialista pode orientar sobre aspectos legais e ajudar a construir um plano reprodutivo personalizado, aumentando as chances de sucesso e tornando o processo mais tranquilo para os futuros pais e mães.

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