REGENERAÇÃO

4 mitos sobre o uso de células-tronco

As células-tronco têm sido cada vez mais usadas pela ciência, mas ainda existem muitos mitos sobre elas

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As células-tronco são células especiais presentes no corpo humano que podem se transformar em diferentes tipos de tecidos, como músculos, ossos e nervos. Elas são essenciais para o desenvolvimento, crescimento e reparo dos tecidos do nosso corpo. Seu potencial de regenerar tecidos danificados auxilia no tratamento de doenças como câncer, Parkinson, Alzheimer, doenças degenerativas e cardíacas.

Com o avanço científico, tornou-se possível isolar e aplicar estas células conforme a necessidade do paciente, estimulando a regeneração celular e a recuperação de lesões.

"Na terapia celular, as células são retiradas do próprio paciente, processadas e depois reinseridas onde são necessárias, estimulando a recuperação de lesões", explica o neuro-ortopedista e diretor do Departamento de Tratamento com Uso de Células-Tronco do Centro de Pesquisas e Análise Heráclito (Cpah), Luiz Felipe Carvalho.

Existem basicamente dois tipos de células-tronco: as extraídas de tecidos maduros, como o cordão umbilical ou a medula óssea, que são mais especializadas e originam apenas alguns tipos de tecidos do corpo. As pesquisas com essas células têm demonstrado sua eficácia no tratamento de diversas doenças, como leucemia, doenças cardíacas e doenças hematológicas.

O especialista discute os quatro principais mitos sobre as células-tronco:

1. Causam câncer

"Um mito comum é que o uso de células-tronco pode levar ao desenvolvimento de câncer. Na verdade, as pesquisas mostram que as células-tronco são seguras quando usadas corretamente em tratamentos médicos", explica Luiz Felipe. O especialista ainda enfatiza que "não há nenhum relato na literatura médica de que células-tronco tenham se transformado em câncer. Nunca aconteceu e é muito improvável que aconteça, pois o processo é extremamente seguro e confiável". 

2. Apenas células de embriões podem ser usadas

As células-tronco embrionárias são encontradas no interior do embrião, no estágio conhecido como blastocisto (quatro a cinco dias após a fecundação). Elas têm o potencial de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo humano. O uso dessas células envolve diversas limitações técnicas, legais e éticas.

No Brasil, é limitado à doação consentida de embriões produzidos por fertilização in vitro e se restringe a pesquisas básicas em modelos animais e teste de novos fármacos, não havendo aplicação em humanos até o momento.

"Outro erro é que apenas as células-tronco embrionárias podem ser exploradas na terapia celular. Na realidade, elas também podem ser obtidas do próprio paciente, como da medula óssea", esclarece Luiz Felipe.

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3. Já podem ser usadas no cérebro

"O uso de células-tronco para regeneração cerebral, apesar de ser cada vez mais estudado e promissor, ainda não pode ser realizado, pois são necessários mais estudos sobre seus efeitos, benefícios, doses, etc.", destaca o especialista.

4. São experimentais

Recentemente, a ciência vem desenvolvendo outras terapias celulares, além do transplante de células-tronco hematopoéticas, como: aplicação de células-tronco obtidas da medula óssea em articulações para regeneração de cartilagens; aplicação de células obtidas de biópsia de pele e cultivadas em laboratório para preenchimento de rugas; uso de células-tronco para tratamento do mal de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas; regeneração do músculo cardíaco após infarto; e uso de células-tronco obtidas da medula óssea em implantes odontológicos para tratamento de perda óssea.

No entanto, como o neuro-ortopedista informa, "o uso de células-tronco já é feito há anos internacionalmente e, em sua maioria, não está mais em fase experimental, sendo amplamente aprovado e utilizado atualmente".

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

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