Mosquito maruim transmissor da Febre do Oropouche  -  (crédito: Fiocruz)

Mosquito maruim transmissor da Febre do Oropouche

crédito: Fiocruz


A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus, ou seja, um vírus transmitido por um mosquito, assim como ocorre com a dengue, zika e chikungunya. Mas não é só isso que as doenças têm em comum, os sintomas entre as duas infecções também são parecidos: dor muscular, dor de cabeça, dor nas articulações, náusea e vômitos e diarreia. Geralmente, esses sintomas duram entre dois e sete dias.

De acordo com o Ministério da Saúde existem dois tipos deciclos de transmissão da doença. O ciclo silvestre tem animais como hospedeiro do vírus, a exemplo de bichos-preguiça e macacos. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensise o Aedes serratus também podem carregar o vírus. O mosquitoCulicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo. Já o ciclo urbano tem os humanos como principais hospedeiros do vírus.

 

Nesta quarta-feira (10), aFundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), confirmou laboratorialmente três casos da febre. Os pacientes foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Renascença, em março de 2024, e dois deles eram residentes da Região Sudeste da capital.

 

 


“Os pacientes não estiveram em outra cidade ou estado recentemente – o que leva a crer em transmissão autóctone, embora ainda não se possa determinar o local exato onde foram infectados”, comenta Walfrido Salmito, diretor de Vigilância em Saúde da FMS.

 

 

Eles apresentavam suspeita inicial de dengue, receberam medicações, tiveram amostras de sangue colhidas e foram liberados para tratamento domiciliar. Entretanto, os testes para dengue resultaram negativos. Os casos foram confirmados por exames de biologia molecular (RT-PCR) realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí Dr. Costa Alvarenga (LACEN-PI).Walfrido Salmito explica que a detecção desses casos é considerada um evento atípico, visto que a doença não é considerada endêmica no Piauí.

 

Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece se multiplicando no mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.Entretanto, mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus (um tipo de “muriçoca”) são comumente encontrados em ambientes urbanos e podem, ocasionalmente, transmitir o vírus oropouche aos humanos.