
BBB24: os riscos do top feito com cascas de laranja utilizado por Beatriz
Contato com algumas frutas seguido de exposição solar pode favorecer surgimento de fitofotodermatose, um tipo de inflamação na pele que pode causar manchas e queimaduras de até terceiro grau
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Siga noDurante a exibição do programa Big Brother Brasil da última segunda-feira (1/4), a sister Beatriz foi repreendida pelo apresentador Tadeu Schimidt por usar um top feito de cascas de laranja. O motivo? As cascas da laranja podem favorecer o surgimento de uma alteração na pele conhecida como fitofotodermatose. “Esse é um tipo de dermatose que ocorre quando a pele é exposta ao sol após o contato com frutas cítricas, cascas de limão e laranja e extratos de algumas plantas, por exemplo”, explica a dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), Claudia Marçal. A fitofotodermatose causa manchas e até queimaduras na pele.
De acordo com a médica, a dermatose surge nas áreas de contato com essas substâncias após receberem irradiação do sol. “Geralmente, ocorrem nas 24 horas seguintes, promovendo um processo inflamatório, e caracterizam-se por eritema como uma queimadura, eventualmente, com formação de vesículas e bolhas, dependendo da intensidade da reação. Pode surgir infecção secundária na evolução, mas a característica principal das fitofotodermatoses é a pigmentação, que pode durar várias semanas. As manchas de pele são acastanhadas e a aplicação do limão, por exemplo, sobre a pele pode produzir queimaduras de até terceiro grau. Há casos em que, mesmo lavando as mãos, as manchas aparecem”, alerta Claudia. Posteriormente, segundo a especialista, ocorre um acastanhamento da área, uma hipercromia pós-inflamatória, no qual a pele produz um aumento da produção do pigmento de melanina, que migra para as células mais superficiais, na primeira camada da pele, tentando proteger a região afetada.
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Risco de infecção
“Quando ocorre o processo de fitofotodermatose, na hora talvez possamos não perceber, e às vezes ocorre já uma sensibilidade, com uma vermelhidão e eritema local, e posteriormente podemos perceber a formação das vesículas, com microbolhas e bolhas grandes. Dependendo de como isso for tratado, há a possibilidade de ter uma infecção secundária por bactérias da própria flora da pele. Por isso é importante buscar ajuda imediata”, afirma a médica. Se o dermatologista não estiver disponível em um primeiro momento, a especialista sugere buscar ajuda em um centro de referência, pronto socorro ou hospital e depois buscar um tratamento eficaz para a sequela da fitofotodermatose.
Como tratar
“Em um primeiro momento, quando ocorre o processo, a gente pede para lavar muito bem com água e sabão de pH neutro, e usar água termal na sequência também ajuda bastante. Os cremes à base de pró-Vitamina B5 ou ácido pantotênico fazem uma oclusão, que ajuda a restabelecer a barreira da pele. Em relação às roupas, para não piorar o processo, elas devem principalmente ser de material 100% natural como o algodão e que protejam a região da exposição ao sol. E, claro que quando o dermatologista faz a análise, se necessário ele vai entrar com anti-inflamatório por via oral com analgésicos e até com antibióticos”, afirma.
Do ponto de vista local, para tratar as bolhas, é recomendado o uso de pomadas à base de antibióticos locais e muita hidratação. “Se for um quadro que não houve uma queimadura de segundo grau, de terceiro grau, se é um quadro que apenas apresenta um eritema difuso, um vermelho difuso com microvesículas e sensação de sensibilidade e ardência, eu indico lavar abundantemente a área, fazer uso da água termal em torno de três a quatro vezes ao dia, hidratantes fisiológicos à base de fosfolipídeos, de ceramidas, de vitamina E, de manteiga de Karitê, de ácido pantotênico, para recuperar e regenerar, ajudar no processo cicatricial e o uso de protetor solar com filtro físico, nunca químico, para proteger a área lesionada. E, além disso, a roupa que acaba sendo mais uma forma eficaz de proteção”, afirma.
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Quanto ao desaparecimento das manchas, a médica conta que isso ocorre de forma espontânea e gradativa, desde que a pele seja protegida da exposição ao sol, com filtros solares potentes e que contenham bloqueio físico, como óxido de zinco e dióxido de titânio. “Alguns ativos despigmentantes podem ser utilizados para acelerar o processo. As reações mais intensas podem exigir o uso de medicamentos para seu controle, que devem ser indicados por um dermatologista”, afirma.
Como evitar
Para evitar a fitofotodermatose, a médica ressalta que é muito importante nos dias de verão tomar cuidado com o manuseio de frutas cítricas (como limão, tangerina, laranja, mexerica, morango e figo), cenoura, arruda, aipo, salsinha, coentro, erva-doce, já que todos esses alimentos liberam substâncias que podem manchar e queimar a pele, após exposição solar.
Passeio no campo, fazenda e sítios também deve ser motivo de atenção, no contato com plantas e vegetais através da seiva, casca e espinhos. “Todas as vezes que manusear qualquer uma dessas substâncias, em especial as frutas cítricas, é necessário lavar não só com água, mas com água e sabão, tendo a certeza que todos os resíduos foram retirados. Deve-se tomar cuidado porque algumas vezes há alguns respingos em braços, abdômen, rosto e isso pode gerar queimaduras. E posteriormente a aplicação ou reaplicação dos filtros solares físicos para proteger essa pele”, ensina.