SEQUELAS

Bullyng: prática que compromete a saúde mental é crime previsto no código penal

Estima-se que até 20% das vítimas tenham pensamentos suicidas e, por esse motivo, todos os envolvidos devem procurar por ajuda

Publicidade

As centenas de salas de aula espalhadas pelo país convivem com diferentes problemas, mas existe um que, provavelmente, está presente em todas elas: o bullying. A frequência dos casos é tamanha que se tornou uma questão de saúde pública, forçando o governo a tomar medidas punitivas para combatê-la, afinal, a prática pode afetar a saúde das vítimas profundamente.

Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 43% das crianças brasileiras sofrem com o bullying infantil, porém, o problema não está restrito ao ambiente escolar, estando também presente na internet, com o chamado cyberbullying. Outro levantamento, realizado pela Intel Security, mostra que até 66% dos usuários entrevistados já presenciaram um tipo de agressão online, enquanto 21% deles sentiram na pele este desrespeito.

O bullying nada mais é que uma forma de intimidação, sendo os métodos mais comuns, a calúnia, difamação, injúria, ameaças, montagens constrangedoras e divulgação de fotos íntimas em perfis falsos. O Ministério da Educação identifica a prática como um ato de violência física ou psicológica intencional e repetitiva, que nem sempre possui uma motivação para tal, sendo feita de maneira verbal, sexual, social, material ou virtual.

A neurocientista, psicopedagoga e professora, Angela Mathylde Soares, explica que os efeitos do crime podem perdurar por toda a vida e, às vezes, determinados padrões comportamentais indicam a origem do problema, ainda na infância, sendo os mais comuns, o repentino isolamento social, perda de motivação, falta de desejo de ir à escola e a visível queda no rendimento escolar.

Mesmo na vida adulta, é possível observar esses efeitos, devido à uma baixa autoestima, depressão e ansiedade, podendo afetar as relações interpessoais. Para evitar essas consequências, os jovens precisam do amparo familiar e auxílio profissional. É importante também, denunciar o caso a órgãos competentes, como o Conselho Tutelar, Ministério Público, delegacia e a própria diretoria escolar.

Leia também: Caso Dani Suzuki: psicanalista alerta para os 11 sinais de abuso sexual na infância

Em decorrência da seriedade e do crescente número de ocorrências, agora, todos os tipos de bullying constam no código penal, com pena inicial de multa. O crime virtual possui punições extras, com a adição de dois a quatro anos de prisão. Além disso, a penalidade pode ser aumentada, conforme as características da ação, por exemplo, se for feita por grupos e/ou contar com o uso de armas.


Angela afirma que muitos praticantes do bullying já podem ter sido vítimas, mas a injúria não é resolvida com mais violência. O auge dos efeitos do crime na saúde de uma pessoa podem culminar em decisões irreversíveis. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma essa particularidade, ao estimar que até 20% das vítimas tenham pensamentos suicidas e, por esse motivo, todos os envolvidos devem procurar por ajuda.

Tópicos relacionados:

agressao bullying onu saude

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay