Estudos mostraram que consumir uma dieta atlântica pode reduzir a resistência à insulina, a pressão arterial sistólica, o colesterol total, o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura -  (crédito:  Anna Pelzer/Unsplash)

Estudos mostraram que consumir uma dieta atlântica pode reduzir a resistência à insulina, a pressão arterial sistólica, o colesterol total, o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura

crédito: Anna Pelzer/Unsplash

 

A dieta tradicional do norte de Portugal e noroeste da Espanha, conhecida popularmente como a dieta do atlântico, vem chamando a atenção de profissionais da saúde. Isso porque as escolhas alimentares dessa dieta podem ser uma boa proposta para melhorar a saúde cardíaca e diminuir o risco de doenças que podem levar a óbito, como câncer e obesidade.

Um estudo publicado na revista JAMA Network Open, descobriu que a dieta do Atlântico reduziu modestamente a incidência de síndrome metabólica, uma combinação de pressão arterial mais alta, açúcares no sangue e triglicerídeos. Isso diminuiria a longo prazo os riscos de doença cardíaca coronária, diabetes, acidente vascular cerebral e outras condições graves de saúde.

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Como funciona a dieta do Atlântico?

De acordo com a médica Lorena Balestra, a dieta é baseada em alimentos cultivados ou encontrados localmente, muito parecida com a dieta mediterrânea que foi uma tendência no ano de 2023. “Os benefícios dessa dieta também podem ser aplicados a outras culturas. Por ser à base de plantas, a alimentação é rica em fibras, vitaminas e minerais. Também inclui peixe fresco, batatas normalmente consumidas em sopas de vegetais, pão integral e consumo moderado de álcool”, explica.

Assim como a dieta mediterrânea, com a maioria das calorias de cada refeição vindo de frutas, vegetais, grãos, sementes, e azeite extra-virgem. “Esse tipo de dieta à base de vegetais e cereais ajuda a combater o diabetes e o ganho de peso. Ainda, a carne vermelha é usada com muita moderação, geralmente apenas para dar sabor a pratos. Isso diminui os riscos de doenças cardiovasculares”, acrescenta Balestra.

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A médica destaca que eles consomem boas quantidades de peixes ricos em ácidos graxos como o ômega-3, enquanto ovos, laticínios, porco e aves são consumidos em porções muito menores do que na dieta ocidental tradicional. “A dieta atlântica se concentra em comida caseira, com ênfase nas interações sociais entre amigos e familiares. Alimentação consciente e com socialização, preparada em família, com ingredientes frescos. Eles também praticam exercícios como caminhada e ciclismo durante o dia”.

Essa atenção aos alimentos, desligando a televisão e celulares, concentrando-se no momento em família, mastigando lentamente, fazendo pausas entre as mordidas, ajuda a controlar melhor as porções. Isso faz com que as pessoas não comam além do necessário.

Resistência à insulina

Outros estudos mostraram que consumir uma dieta atlântica pode reduzir a resistência à insulina, a pressão arterial sistólica, o colesterol total, o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura. Uma pesquisa de 2021 descobriu que manter a dieta do Atlântico por três anos produziu um risco 14% menor de morte precoce por qualquer causa relacionada à alimentação ao longo de 10 anos em adultos com mais de 60 anos.