O alto número de pacientes infectados, associado ao fato de parte da população ser assintomática, reforça a importância de se adotar cuidados preventivos contra o mosquito -  (crédito: Giulia Luchetta)

O alto número de pacientes infectados, associado ao fato de parte da população ser assintomática, reforça a importância de se adotar cuidados preventivos contra o mosquito

crédito: Giulia Luchetta

No combate à dengue, uma ameaça silenciosa acendeu o alerta. De acordo com especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cerca de 50% dos casos são assintomáticos, ou seja, a doença não se manifesta com sintomas perceptíveis.

A infecção assintomática pelo Aedes aegypti representa um desafio para a identificação e controle da propagação da dengue, segundo a médica infectologista Ana Carolina D'Ettorres, da Fiocruz. "Esse dado é importante porque mostra que a circulação viral é maior do que a identificada pelos casos sintomáticos da dengue. Quando quase 50% das pessoas não têm sintomas, a circulação viral pode ser até o dobro do que imaginamos", alerta a infectologista.

Os pacientes assintomáticos geram preocupação nos especialistas porque, se forem picados pelo Aedes aegypti, o mosquito se contamina e, dentro de sete dias, torna-se capaz de transmitir a doença para outras pessoas. Ocorre, então, uma transmissão silenciosa que acelera a propagação da doença.

Contaminação em casa

O alto número de pacientes infectados, associado ao fato de parte da população ser assintomática, reforça a importância de se adotar cuidados preventivos contra o mosquito. "O repelente entra como estratégia de barreira física para a dengue", aconselha a médica Ana Carolina. Usar roupas com mangas compridas também ajuda.

A especialista explica que o Aedes aegypti pode voar em um raio de até 100 metros de distância, e que costuma permanecer próximo aos locais onde deposita seus ovos. "Sempre que ocorre um caso de dengue em uma residência, é importante buscar focos de reprodução no domicílio ou na vizinhança, porque o mosquito tem capacidade de voar por pequenas distâncias", explica a infectologista.