O Ministério da Saúde incorporou a vacina QDENGA ao Sistema Único de Saúde (SUS) e anunciou que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação que iniciará neste mês de fevereiro. -  (crédito: jcompo/Freepik)

O Ministério da Saúde incorporou a vacina QDENGA ao Sistema Único de Saúde (SUS) e anunciou que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação que iniciará neste mês de fevereiro.

crédito: jcompo/Freepik

O Brasil é o país com o maior número de casos de dengue no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2023, foram 2,9 milhões de casos e, só nas primeiras semanas de 2024, a incidência dobrou em relação ao último ano.

 

 

 

Recentemente, o Ministério da Saúde incorporou a vacina QDENGA ao Sistema Único de Saúde (SUS) e anunciou que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação que iniciará a partir de fevereiro. Por isso, o Pequeno Príncipe, hospital exclusivamente pediátrico, em Curitiba (PR), reforça a importância da vacinação contra a dengue para o público e responde as principais dúvidas sobre o imunizante. 

 

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Principais dúvidas sobre a nova vacina contra a dengue

 

- Como é a vacina QDENGA?

É uma vacina tetravalente, com o vírus atenuado, ou seja, o vírus é enfraquecido a níveis considerados seguros para aplicação do imunizante.

A médica do hospital e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, destaca que essa nova vacina tem algumas novidades. “Esse imunizante atual pode ser aplicado tanto em pessoas soropositivas como soronegativas. Ou seja, quem nunca foi acometido pela dengue também poderá ser vacinado”, explica.

- Qual público pode receber a vacina QDENGA?

Pessoas de 4 a 60 anos de idade, exceto gestantes, puérperas, imunossuprimidas ou que tenham alergia grave a algum dos componentes da vacina.

 

- Como é o esquema vacinal dessa nova vacina?

Duas doses, por via subcutânea, com o intervalo de três meses entre elas, independentemente de histórico prévio de dengue.

 

- É necessária alguma dose de reforço?

Até a data da publicação, não existem estudos que recomendem doses de reforço.

 

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- Qual é o nível de proteção?

Depois de 30 dias da primeira dose, a vacina oferece um nível de proteção de mais de 80%. Porém, para alcançar a proteção de médio a longo prazo, é necessária a aplicação das duas doses.

 

 - Essa vacina protege contra chikungunya, zika e febre amarela?

Não. O imunizante é exclusivo para proteção contra a dengue.

 

 - Quem já recebeu as três doses do imunizante anterior (Denguevaxia) deve vacinar-se novamente?

Até o momento não há indicação para uma nova imunização.

 

- Por que o público escolhido para a campanha na rede pública foi dos 6 aos 16 anos?

Devido à maior incidência dos casos graves, complicações e até mesmo óbitos, e seguindo a recomendação da OMS.

 

- Qual é a importância da vacinação, especialmente neste período?

Os meses de janeiro, fevereiro e março são os de maior circulação do vírus da dengue e do mosquito transmissor. Por isso, a vacinação é ainda mais essencial nesse período crítico.

 

- Caso não seja o público-alvo da rede pública, onde receber o imunizante?

Na rede privada, como no Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, que disponibiliza a vacina da dengue e todos os outros imunizantes necessários para cada faixa etária.

 

Sobre a dengue

A crise climática é apontada como uma das causas do aumento da dengue no Brasil. Isso porque o mosquito transmissor (Aedes aegypti) se reproduz em regiões quentes e com água parada. Por isso, a especialista reforça que o principal cuidado é com a higienização dos ambientes, sem o acúmulo de lixo e água parada. 

 

Depois da picada, pode levar até 15 dias para a pessoa começar a desenvolver os sintomas. Entre os sinais de alerta da dengue, destaque para a febre alta que dura de três a sete dias, associada a dor de cabeça, dor nos olhos, fraqueza muscular e dor nas articulações. O sangramento (na gengiva, na pele, na evacuação ou no vômito) indica a dengue hemorrágica, que exige um atendimento emergencial.

 

O diagnóstico médico é feito por meio de análise clínica, epidemiológica e exames laboratoriais. Já o tratamento é fundamental para evitar manifestações mais graves. Nos casos mais leves, é recomendado repouso, hidratação e controle dos sinais clínicos. Já em situações mais graves, pode ser necessário o internamento para hidratação intravenosa e até mesmo suporte intensivo.