As mochilas devem pesar até 3 kg para uma criança de 30 kg, o ideal é nunca ultrapassar mais de 10% do peso corporal -  (crédito: note thanun/Unsplash)

As mochilas devem pesar até 3 kg para uma criança de 30 kg, o ideal é nunca ultrapassar mais de 10% do peso corporal

crédito: note thanun/Unsplash

Com o retorno às aulas, é essencial que estudantes e pais estejam atentos aos potenciais riscos ortopédicos associados à má postura e ao peso da mochila. Eduardo Iunes, médico neurocirurgião do Hospital Ortopédico AACD, destaca a importância de adotar práticas que promovam uma postura adequada para prevenir possíveis lesões.

Segundo Eduardo Iunes, as mochilas devem pesar até 3 kg para uma criança de 30 kg, o ideal é nunca ultrapassar mais de 10% do peso corporal. Já a altura da mochila deve ser distribuída de forma igual, mantendo as duas alças na mesma regulagem e a criança ereta, sem que a mochila puxe a criança para trás.

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Em um cenário diferente dessas recomendações, é possível que haja dores recorrentes nas costas. Se esse for o caso, a criança deve ser avaliada e o uso da mochila reconsiderado seja com a redução da carga seja com a adoção de formas alternativas como a mochila de rodas. "Quanto mais jovem a criança, mais prejudicial é a carga excessiva e o uso incorreto da mochila", afirma Iunes.

Ângulos das articulações

O médico ainda enfatiza outro cuidado: a necessidade de manter as articulações em ângulos de 90 graus, quando realizar tarefas tanto na escola quanto em casa, sempre mantendo retas tanto a coluna quanto a cervical. “Evitar se curvar para frente ou apoiar os ombros de maneira inadequada é crucial para prevenir desconfortos. Estudantes podem ter lesões típicas, como dores musculares. Casos mais graves que levam a deformidades, por exemplo, são mais raros. A atenção à postura é fundamental para evitar problemas de saúde no longo prazo”, comenta o médico da AACD.

Além do alerta à postura, Iunes também destaca a importância de calçados confortáveis, sem a necessidade de um tipo específico para prevenção postural, a menos que haja deformidades de base, como pé plano. 

De olho no celular

O médico neurocirurgião destaca orientações sobre a hora de usar dispositivos móveis, como celulares e tablets, alertando para os riscos na curvatura da coluna, especialmente na região cervical. Ele ressalta que a postura inadequada, ao utilizar um desses eletrônicos, pode aumentar a tensão nos discos da coluna cervical, resultando em desconforto no curto prazo e, no longo prazo, até hérnias e retificação na coluna, que é a condição em que a curvatura natural da coluna cervical é diminuída ou perdida. Esse distúrbio pode ocorrer como consequência do envelhecimento, mas também pode ser acelerado por hábitos posturais incorretos.

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“A recomendação é utilizar o aparelho quando estiver sentado, apoiando os cotovelos em uma mesa para uso prolongado ou o elevando no ar, à altura do rosto, para uso rápido. Essas práticas ajudam a manter a cabeça e o pescoço em posição neutra, sem flexão para baixo. É preciso ter esse tipo de atenção sobre a postura adequada não só na volta às aulas”, aponta o médico neurocirurgião