Cotado para comandar a Câmara, Motta evitará atritos por emendas

Segundo políticos próximos ao deputado, ele terá postura oposta ao do atual presidente Arthur Lira, que protagonizou embate com STF

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Políticos próximos ao provável novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deverá ter o seu nome confirmado como comandante da Casa em eleição em fevereiro, dizem que ele evitará problemas com o governo e o ministro Flávio Dino (Supremo Tribunal Federal) sobre a polêmica em torno das emendas parlamentares, que tem desagradado parlamentares dos mais diversos partidos.

Deputados e senadores reclamam por terem votado a favor do pacote de corte de gastos do governo com a promessa de liberação de recursos de emendas parlamentares. No entanto, o dinheiro foi, ao menos parcialmente, bloqueado por Flávio Dino. Para grande parte do Congresso, o governo federal estaria atuando em dobradinha com o STF.

O próprio Hugo Motta teria motivos para descontentamento, pois seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), reeleito em outubro prefeito de Patos, na Paraíba, teve problemas com o uso de recursos de emendas. Hugo Motta direcionou ao menos R$ 45 milhões em verbas de relator para Patos, município de 107 mil habitantes e reduto eleitoral da família, entre 2020 e 2022.

As emendas de relator haviam sido consideradas inconstitucionais pelo STF por falta de transparência e distribuição desigual entre os parlamentares. Motta também destinou a Patos cerca de R$ 5 milhões em emendas Pix.

Em setembro do ano passado, a Polícia Federal passou a apurar denúncias de fraudes em licitação na cidade governada pelo pai de Motta. De acordo com a PF, foi denunciado um esquema de superfaturamento e desvio de recursos públicos envolvendo obras públicas que chegaria a mais de R$ 5 milhões. A ação foi feita em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU).

Mesmo com o próprio pai de Motta envolvido na polêmica das emendas, políticos do Republicanos dizem que ele, ao contrário do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deverá evitar atritos com o governo e o Judiciário por esse motivo. Se algo tiver de ser feito, Motta delegará então essa missão para comissões da Câmara, afirmou um aliado de Motta.

A Justiça Eleitoral também aprovou com ressalvas a prestação de contas de Nabor Wanderley, o pai de Motta, nas últimas eleições. No dia 6 de dezembro, foi decidido que houve o uso irregular de R$ 50 mil do fundo eleitoral na campanha. Um total de R$ 42 mil teria sido utilizado para produzir material de campanha conjunto com vereadores de outros partidos, o que é vetado pela Justiça Eleitoral. Nabor Wanderlei terá que devolver os R$ 50 mil.

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