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Palácio das Artes segue na lista de venda, mas prédio de banco é retirado

Substitutivo ao projeto que autoriza a venda e federalização de imóveis do Estado exclui agência bancária, mas preserva patrimônios históricos na lista

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Um prédio usado por um banco privado foi retirado da lista de bens que Minas Gerais pretende vender ou transferir à União, no âmbito do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), mas continuam entre os imóveis passíveis de negociação alguns dos mais importantes símbolos culturais do Estado, como o Palácio das Artes, o Minascentro, e os palacetes Solar Narbona e Dantas.

As alterações constam no substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 3.733/2025, apresentado nesta quarta-feira (8/10) na Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Na reunião, o relator do projeto, deputado Rodrigo Lopes (União Brasil), apresentou as mudanças na lista original de imóveis enviada pelo Executivo. O novo texto retirou 39 imóveis e acrescentou 123 novos, reduzindo de 343 para 259 o número de bens passíveis de venda ou federalização.

Entre as exclusões, está um prédio comercial na Rua Curitiba, no Centro de Belo Horizonte, atualmente utilizado por uma agência do Banco Itaú. No entanto, continuam na lista equipamentos culturais e históricos de grande valor simbólico para o Estado, como o Palácio das Artes, o Minascentro, a Sala Minas Gerais, o Expominas e o Grande Hotel de Araxá, no Triângulo Mineiro.

Outro imóvel que segue no rol de possíveis alienações é o Solar Narbona, localizado na Praça da Liberdade. O palacete do século XX, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), foi cedido no ano passado ao Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) por um período de cinco anos.  No local, atualmente em reforma, funcionarão a Escola da Magistratura, a Biblioteca, o Centro de Memória e a Revista do TRF-6.

O substitutivo também preserva na lista o Hospital Risoleta Tolentino Neves, referência hospitalar no eixo Norte da capital e responsável por atender pacientes de municípios vizinhos. Também seguem incluídos os prédios do Colégio Estadual Central e a própria Cidade Administrativa, sede do governo.

Uemg sai da lista

O governo justifica a medida como parte do programa Propag, pacote fiscal voltado a reduzir o endividamento com a União por meio da venda ou federalização de ativos públicos. Se não houver interesse da União em incorporar os ativos, o Estado poderá vendê-los e destinar o valor à amortização do saldo devedor.

Alvo de inúmeros protestos, a alienação dos prédios da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) foi retirada da pauta nesta quarta. A exclusão foi comemorada por servidores da universidade e por parlamentares da oposição.

Durante a reunião, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) pediu vista, regimento interno que permite mais tempo para que o parecer seja avaliado, e teve aprovado um requerimento para realização de nova audiência pública sobre o projeto.

“Se ganhamos tempo, por que o governo insiste em empurrar para os deputados uma pauta tão impopular?”, questionou, referindo-se ao decreto do Governo Federal que prorrogou o prazo de adesão ao Propag, originalmente previsto para 30 de outubro, e flexibilizou as regras, permitindo a conclusão das negociações até 31 de dezembro de 2026.

Ela também defendeu a exclusão do Colégio Estadual Central, localizado na Região Centro-Sul de BH, enquanto o deputado Professor Cleiton (PV) pediu a retirada da sede da Emater-MG.

Depois de reavaliado pela APU, o texto seguirá para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Caso receba parecer favorável, poderá ser votado em plenário, ainda em primeiro turno.

Custo para o estado

Em seu parecer, o relator Rodrigo Lopes argumenta que muitos dos imóveis representam custos expressivos para o estado, seja com manutenção, segurança ou encargos tributários. A alienação, segundo ele, permitiria que o governo concentrasse recursos nos bens realmente essenciais à prestação dos serviços públicos.

Sobre as unidades que hoje abrigam instituições estaduais, o deputado afirma que não haveria prejuízo à população, uma vez que os serviços poderiam ser realocados. “Os imóveis federalizados continuarão a ter destinação pública, sob o comando da União, em atividades de relevância social”, pontuou o parlamentar durante a reunião.

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Outra mudança importante no parecer foi a limitação dos descontos nos valores dos imóveis colocados à venda. O texto original previa que, caso os primeiros leilões não atraíssem interessados, os preços poderiam cair até 45%. No substitutivo, o percentual máximo de redução foi reduzido para 25%, em uma tentativa de evitar que o patrimônio mineiro seja vendido por valores muito abaixo do mercado, como denunciou a oposição.

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