
Zema diz que RRF é 'paliativo' e que plano de Pacheco 'atende' os estados
Governador minero afirmou que os efeitos do Regime de Recuperação Fiscal duram no máximo quatro anos
Mais lidas
compartilhe
Siga noO governador Zema (Novo) afirmou que o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), plano econômico apresentado pelo governo estadual como solução para a dívida de Minas Gerais com a União, é um "paliativo" que teria efeito por, no máximo, três ou quatro anos. Em coletiva de imprensa, nessa quinta-feira (8/8), o governador mineiro afirmou que o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), “atende” os estados endividados.
A declaração foi dada na abertura da 11º edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), realizada na região do Parque Estadual Pedra Azul, no Espírito Santo.
09/08/2024 - 09:03 Ministro do STF, Dino mantém suspensão dos repasses das "emendas Pix" 09/08/2024 - 08:50 Em discurso, deputado diz que prefeita "rodou a bolsinha" com parlamentares 09/08/2024 - 09:30 Decisão do TCU sobre relógio de Lula não afeta caso das joias de Bolsonaro, diz PF
Em sua fala, Zema destacou que o RRF foi criado como uma medida emergencial para evitar uma crise financeira nos estados endividados. No entanto, reconheceu que a eficácia do Regime de Recuperação Fiscal é limitada, sem oferecer uma solução definitiva para a questão da dívida estadual.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
“Nós precisamos equacionar esse problema (...). O que se viu com o tempo, tanto no caso do Rio (de Janeiro), como do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, é que o regime de recuperação fiscal é um paliativo por três, quatro anos. Você mantém a dívida, tem uma redução das parcelas nesse período, mas ela cresce de forma bastante acentuada nos primeiros anos e depois de quatro, cinco anos você volta a enfrentar exatamente o mesmo problema”, disse Zema.
O governador mineiro também voltou a defender a mudança no indexador como uma solução plausível. Zema afirmou que o atual indexador, que ajusta a dívida dos estados pelo IPCA + 4%, não acompanha o ritmo de crescimento da economia brasileira. “Se a economia brasileira crescesse todos os anos 4% ou mais, estaria ok. Ótimo. Só que a economia brasileira cresce 1%, 1,5% e, às vezes, 2%”, pontuou o governador.
- Dívida de Minas: STF marca julgamento de liminar que manteve suspensão
- Dívida dos estados: líderes do Senado confirmam votação de projeto
Zema também disse que durante alguns anos, os estados conseguiram pagar as dívidas, mas, “à medida que a economia brasileira continuou crescendo de maneira bem abaixo da média mundial e a correção continuou em 4%, essa contraprestação passou a representar cada vez mais, asfixiando os estados".
Na ocasião, o governador mineiro afirmou que a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é um plano que “atende” aos estados. “Já fizemos simulações. Se os estados venderem ativos, enviarem esses ativos para a União para quitar a dívida, esses juros podem cair para IPCA + 1%. Aí eu julgo que é algo condizente com o crescimento da economia do Brasil. Agora se amanhã o crescimento do Brasil voltar a crescer como já aconteceu lá atrás, 7%, 8%, talvez esse 1% possa ser revisto. Mas não é o que acontece hoje. Muito provavelmente não é o que vai acontecer em breve”, disparou.
O projeto de renegociação da dívida dos Estados apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco deve ser apreciado no Senado na próxima semana. A proposta cria um modelo alternativo ao atual Regime de Recuperação Fiscal, tendo como premissa renegociar os valores em 30 anos, mediante uma série de contrapartidas.
A proposta prevê a redução dos juros do indexador dos contratos, calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais uma taxa de 4% que pode ser zerada caso o Estado cumpra com todas as medidas.