Dino rebateu uma declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira, que afirmou que o trabalho de combate ao tráfico de drogas, armas e seres humanos no Brasil é ineficaz -  (crédito: Bruno Spada e Mario Agra/Câmara dos Deputados)

Dino rebateu uma declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira, que afirmou que o trabalho de combate ao tráfico de drogas, armas e seres humanos no Brasil é ineficaz

crédito: Bruno Spada e Mario Agra/Câmara dos Deputados

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que "uma investigação bem feita" é mais eficiente no combate ao crime do que "milhares de tiros a esmo". A declaração veio após uma crítica do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que afirmou que a Polícia Federal tenta se desviar do foco, buscando ações que repercutem na mídia, e que o combate ao crime organizado no Brasil é ineficaz. 

 

 

"Os livros técnicos e a experiência mostram que uma investigação bem feita, com a atuação coordenada das Polícias e do Ministério Público, e a supervisão judicial cabível, faz mais pelo enfrentamento ao crime organizado do que milhares de tiros a esmo e as famosas “balas perdidas”", escreveu Dino no X (antigo Twitter), nessa quarta-feira (20/3), sem citar o nome do presidente da Câmara.

 

 

A crítica de Lira ocorreu durante um jantar da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, que reuniu parlamentares e empresários, na noite de terça-feira (19/3).

 

 

"A Polícia Federal, que cumpre um papel institucional forte, muitas vezes tenta se desviar do foco – que é mais midiático. O combate ao tráfico de armas, ao tráfico de drogas, ao tráfico de seres humanos no Brasil é ineficaz, é ineficiente. Ninguém quer trocar tiro com bandido, o cara quer tocar ação que dê mídia, que não tenha resistência e que não faça força", afirmou o presidente da Câmara.

 

O parlamentar ainda afirmou que os sistemas policiais do Brasil precisam ter uma comunicação mais eficaz. "Uma Polícia Civil que não se comunica com a Militar, que não se comunica com a Federal, que não se comunica com a Força Nacional, que não se comunica com o Exército, com as Forças Armadas, não existe", pontuou.

 

 

Ele citou como exemplo a fuga do presídio em Mossoró, no Rio Grande do Norte. "Não tem um comando único, uma diretriz única. Estamos com um sistema falho, é fato. Esse deverá ser o tema recorrente de discussões este ano, deste embate eleitoral, e nas próximas eleições vai estar em evidência. A segurança pública está fragilidade e a segurança permeia a vida de todo mundo".