Jair Bolsonaro na Paulista -  (crédito: REUTERS/Carla Carniel /Folhapress)

Jair Bolsonaro na Paulista

crédito: REUTERS/Carla Carniel /Folhapress

O ato bolsonarista na Avenida Paulista, São Paulo, convocado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-MG) em sua defesa, foi marcado por passagens da Bíblia. O ex-chefe do Executivo é investigado por tentativa de golpe.

Com caráter religioso, em todos os discursos feitos em cima do carro de som, deputados, senadores e até a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, puxaram orações pelo país.

Michelle abriu os discursos rezando pelo Brasil e pelo ex-presidente Bolsonaro. Em sua fala, a presidente do PL Mulheres mencionou o sofrimento de aliados de Bolsonaro e apontou que todos são “povo de bem”. “Eu sei que nosso Deus do alto céu irá nos conceder o socorro”, disse, afirmando que há um assassinato de reputação diário. “Aprouve ao Senhor nos colocar à frente da nação. Aprouve Deus nos colocar à frente da Presidência da República”, afirmou.

Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro

Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro

Danilo Verpa/Folhapress

Ao fim, Michelle ainda pediu a Deus que abençoasse o Brasil e Israel.

Quem também não poupou as referências bíblicas em seu discurso foi o mineiro Nikolas Ferreira (PL), um dos dois deputados convidados por Bolsonaro para discursar. Na fala, ele citou Caleb e Moisés.

Calebe é conhecido na Bíblia por ter sido um dos doze espias enviados por Moisés para fazer o reconhecimento da terra de Canaã. Ele é reconhecido por confiar na promessa de Deus e ser um dos dois únicos adultos que saíram da escravidão do Egito para viver o suficiente e entrar na terra prometida.

"Nós temos diversas pessoas neste país que ficaram desanimadas, mas eu quero trazer aqui duas pessoas. Moisés, ele não chegou a ver entrar na terra prometida, mas tem um jovem chamado Caleb que entrou, mas se não fosse a força de Moisés, Caleb não teria entrado. Talvez nós não o vejamos. O Brasil prometido, mas os nossos filhos, os filhos dos nossos filhos, verão um Brasil novamente verde e amarelo. O nosso inimigo (Lula) ficou 12 anos, persona non grata, tentando a presidência da República e ele conseguiu depois de 12 anos. Nós não temos menos persistência do que o nosso inimigo. Isso aqui é a resposta de quando o nosso verdadeiro líder da nação, chamado Jair Bolsonaro, se levanta, o povo se levanta também com ele”, afirmou.

O senador Magno Malta (PL-ES) também discursou no palanque e indicou que o país necessita "reestabelecer o Estado Democrático de Direito”.

"Você nunca esteve só (Jair Bolsonaro). Quem te escolheu foi Deus, e nunca ficará só. Nunca. O que você e sua família tem sofrido, de sandices, anarquias. Fake news e narrativas. Presidente, estamos aqui para dizer, presidente, nós acreditamos e estamos com você. Sou um senador da República, conheço a lei e conheço a Constituição", disse o senador. Malta ainda disse que o país tem uma Constituição que precisa ser respeitada. "Temos três poderes, Judiciário, Legislativo e Executivo. Sem atropelos, sem atropelar um ao outro", completou.

Depois dele, seguiu-se o discurso religioso mais eloquente, o do principal organizador do evento: o pastor Silas Malafaia. O pastor atacou o STF, o TSE, Moraes e disse que não tem medo de ser preso. Além disso, afirmou que o governo Lula estaria por trás dos atos de 8 de janeiro de 2023, sem apresentar nenhuma prova do fato.

 

Silas Malafaia na Av.Paulista

Silas Malafaia na Av.Paulista

Danilo Verpa/Folhapress

Para completar, Malafaia citou a morte de um de seus fiéis como responsabilidade do ministro do Supremo Tribunal Federal. “O sangue de Cristo está nas mãos de Alexandre de Moraes e ele vai dar conta dele”, disse Pastor Malafaia.

O pastor também rezou pelo país e pela nação brasileira.

O evento se encerrou com o discurso do ex-presidente Bolsonaro. Ao se despedir dos seus apoiadores, citou seu lema: "Deus, acima de tudo, Brasil acima de todos."