Deputada estadual Ana Paula Siqueira (rede) lança sua candidatura ao lado de pré-candidatos de outras legendas, sinalizando a construção de uma frente de esquerda -  (crédito: Gladystone Rodrigues/ EM/D.A.Press)

Deputada estadual Ana Paula Siqueira (rede) lança sua candidatura ao lado de pré-candidatos de outras legendas, sinalizando a construção de uma frente de esquerda

crédito: Gladystone Rodrigues/ EM/D.A.Press

Com a presença de três possíveis adversários, sinalizando a possibilidade de uma aliança entre a esquerda na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede) lançou neste sábado (24/2) sua pré-candidatura ao comando da capital.

O anúncio foi feito ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), mas também da deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), da deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) e do deputado federal Rogério Correia (PT). Todos esses últimos três são pré-candidatos à PBH.

Agora, com Ana Paula como postulante à PBH, a Rede fica com dois pré-candidatos, já que o ex-vice-prefeito de Belo Horizonte, Paulo Lamac, também é pré-candidato. Ele não esteve presente no evento deste sábado. 

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A federação da qual a Rede faz parte conta com o PSOL, que já lançou Bella Gonçalves como pré-candidata e só poderá ter um nome encabeçando a chapa majoritária. Segundo Ana Paula Siqueira, essa equação será resolvida internamente, de maneira democrática. O mesmo, segundo ela, será feito em relação à candidatura de Lamac.

“Nós temos dois partidos compondo a federação que são partidos democráticos. Serão feitas discussões internas, cada um com seus instrumentos próprios de discussão, e vamos chegar a um único consenso", afirmou ela, que disse que o momento é propício para uma discussão dentro e fora do partido sobre as eleções.

"Podemos inclusive ter outras candidaturas surgidas no decorrer do caminho, mas nosso compromisso aqui é o compromisso com a mudança, com uma Belo Horizonte que valorize e respeite as pessoas e não aplauda o retrocesso, que é o que está acontecendo nesse momento”, afirmou a deputada estadual.

Ana Paula encerrou o ato do lançamento da pré-candidatura posando para os fotógrafos ao lado de todos os pré-candidatos presentes ao evento. Segundo ela, a intenção é fazer uma ampla discussão com todas as candidaturas postas e no momento adequado, que é o das convenções partidárias, definir o nome.

Marina rechaça racha no partido

Em seu discurso, a ministra Marina Silva saudou a participação de outros pré-candidatos do campo de esquerda e disse ser um sinal da construção de uma “ampla frente democrática”, aos moldes da costurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha à eleição de 2022. Segundo ela, o objetivo é barrar o crescimento das forças de direita.

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“A frente ampla que o presidente Lula foi capaz de construir para tornar vitoriosa sua eleição em 2022 estava aqui dando uma demonstração de respeito, democracia, uns com os outros, e que estão se dispondo a fazer um debate fraterno e construtivo para melhorar a vida das pessoas na cidade de Belo Horizonte”, declarou a ministra do Meio Ambiente.

Marina também negou que o lançamento de duas pré-candidaturas da Rede, a de Ana Paula Siqueira, apoiada por ela, e a de Lamac, apoiada pela ex-senadora Heloísa Helena (AL), porta-voz nacional (cargo semelhante ao de presidente) da Rede, represente um racha dentro da legenda.

“Até dentro das famílias as pessoas preferem caminhos, alternativas diferentes, isso é democracia. É legítimo que a Heloísa Helena esteja se colocando em relação à candidatura do ex-vice-prefeito Paulo Lamac. Mas isso não significa que ela é contra a Ana Paula e é legítimo que eu esteja ao lado da candidatura da minha querida amiga Ana Paula, essa mulher corajosa, um exemplo de superação na história das mulheres brasileiras. Não significa que estou fazendo isso contra Paulo Lamac”, afirmou a Marina. “É a beleza da democracia”, complementou.

Segundo ela, a decisão sobre quem será o nome da rede para compor a chapa da federação será decidida pelas direção do partido no estado e na capital.