Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, no Palácio do Planalto

 
 -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, no Palácio do Planalto

crédito: Ricardo Stuckert/PR

O Palácio do Planalto declarou nesta quarta-feira (21/2) que tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, defendem a criação de um Estado Palestino. Os dois estiveram reunidos pela manhã para uma conversa que tratou de temas bilaterais, da relação brasileira com a Venezuela e da presidência brasileira do G20.

"O secretário agradeceu a atuação do Brasil pelo diálogo entre Venezuela e a Guiana. O presidente Lula reafirmou seu desejo pela paz e fim dos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Ambos concordaram com a necessidade de criação de um Estado Palestino", diz a nota divulgada pelo Planalto.

O encontro durou cerca de um hora e 50 minutos. Na saída, Blinken disse estar "muito grato" pela parceria e "amizade" entre Brasil e Estados Unidos, mas não comentou o conteúdo da conversa. Questionado sobre a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, na Faixa de Gaza, o secretário americano não respondeu. Nenhuma das partes comentou sobre a tensão diplomática entre Brasil e Israel.

Também estavam presentes na reunião o assessor especial da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim, e a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley. No início do encontro, ao qual a imprensa teve acesso, Lula perguntou a Blinken quando serão as eleições presidenciais americanas. O secretário, por sua vez, respondeu que serão em novembro, e que a campanha ocorre agora focada em "quatro ou cinco estados", devido à polarização o país.

 

Nova doação ao Fundo Amazônia

"O presidente Lula registrou todo o seu apreço pelo presidente [Joe] Biden, por sua postura em defesa da democracia e pelas medidas que tem adotado em prol dos trabalhadores dos EUA. O secretário congratulou o Brasil pela aprovação da reforma tributária, recuperação de políticas sociais e de responsabilidade fiscal. Lembrou que os EUA são o principal investidor no Brasil e estão abertos a aprofundar os vínculos econômicos e comerciais entre os dois países", descreveu o Planalto.

Os Estados Unidos também estudam fazer um novo aporte ao Fundo Amazônia, segundo Blinken. O secretário concordou ainda com a necessidade de reformar os órgãos de governança internacional, um dos principais temas da presidência brasileira do G20. Na mesma toada, Lula defendeu também que é preciso discutir a dívida externa dos países africanos. Para o presidente brasileiro, é necessário perdoá-las.

Logo após deixar o Planalto, Blinken embarcou para o Rio de Janeiro, onde participa da Cúpula de Chanceleres do G20.