Manifestação de bolsonaristas em frente ao QG do Exército Brasileiro -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Manifestação de bolsonaristas em frente ao QG do Exército Brasileiro

crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, revelou um atrito que teve com o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime, na manhã de 9 de janeiro do ano passado, durante o trajeto dos manifestares do acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército para a superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.

De acordo com o ex-interventor, Naime teria ordenado para que as tropas da corporação parassem no caminho, não acompanhado os ônibus que levavam os mais de 1,3 mil golpistas presos à Polícia Federal. O acampamento foi desmontado na manhã de 9/1.

“Os ônibus com os golpistas saíram do QG do Exército e, misteriosamente, não chegavam na sede da PF. O coronel Jorge Naime havia mandado os ônibus pararem no meio do caminho. Meu enfrentamento com ele foi um dos momentos emblemáticos”, escreveu, no X (antigo Twitter).

Naime, antes de ter mandado as tropas pararem, omitiu a informação ao interventor, alegando o local não suportaria todos os presos. Cappelli e o coronel quase chegaram a vias de fato, já que o interventor alegou que quem comandava a tropa a partir daquele momento era ele.

Denúncia


Naime, ao lado de outros oficiais que faziam parte da cúpula da corporação nos atos de 8 de janeiro, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto do ano passado.

A denúncia será analisada pela Primeira Turma da Corte no plenário virtual, entre os dias 9 e 20 de fevereiro. Caso a maioria dos cinco ministros votarem a favor da denúncia, os sete policiais se tornarão réus. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso.

Todos os sete oficiais (veja lista abaixo) são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM. Além dessas acusações, a PGR pede que seja decretada a perda dos cargos dos denunciados.


Alvos da denúncia


Coronel Fábio Augusto Vieira: comandante-geral da PMDF em 8 de janeiro de 2023;

Coronel Klepter Rosa: subcomandante da PMDF no 8/1, e assumiu cargo após exoneração do antecessor, Fábio Augusto;

Coronel Jorge Eduardo Naime: comandante do Departamento de Operações (DOP) em 8 de janeiro, mas havia entrado de licença-recompensa em 3 de janeiro;

Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra: sub-chefe do DOP da corporação, mas era titular do departamento;

Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues: chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF em 8 de janeiro de 2023, mas havia designado verbalmente outro para atuar;

Major Flávio Silvestre de Alencar: chefe do batalhão da Esplanada em 8 de janeiro de 2023;

Tenente Rafael Pereira Martins: atuou no 8/1