Ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, e governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão,  assinam protocolo de ações de segurança para o 8 de janeiro de 2024 -  (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

Ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, e governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, assinam protocolo de ações de segurança para o 8 de janeiro de 2024

crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

FOLHAPRESS - O ato de 8 de janeiro terá cerca de 2 mil policiais fazendo o policiamento ostensivo da região, segundo o protocolo de segurança divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Governo do Distrito Federal nesta quinta-feira (4/1).

O protocolo estipula o fechamento de parte da Esplanada dos Ministérios a partir da avenida José Sarney, área que protege os prédios dos três Poderes.

Membros do ministério e do Governo do DF assinaram nesta quinta o protocolo de segurança para o ato de 8 de janeiro, que marcará um ano dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes, em Brasília.

Segundo o secretário da Justiça e Segurança Pública em exercício, Ricardo Cappelli, haverá ainda 250 homens da Força Nacional protegendo o Palácio da Justiça e que estarão de prontidão caso seja necessário.

Cappelli disse que está sendo feito um monitoramento constante e que não há indícios de novas manifestações para o dia 8 de janeiro. Ele afirmou garantir que não vai se repetir o que aconteceu há um ano.

O ministro em exercício disse ainda que o plano pode sofrer alterações de acordo com as informações que podem chegar.

 

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"Até o momento não há nenhuma informação que gere um alerta maior. Claro, isso é monitorado dia a dia e todas as providências estão sendo tomadas para que tenhamos um dia de manifestação democrática no Brasil", disse o ministro em exercício.

A governadora em exercício, Celina Leão, disse que a quantidade de homens da Polícia Militar para o policiamento ostensivo é "mais que suficiente". Ela disse que esse é o efetivo usado em grandes eventos.

"Temos uma quantidade de homens suficiente a pronta resposta, será um dia de tranquilidade, monitoramento", disse.

Como mostrou a Folha, o evento será chamado de "Democracia Inabalada", mote da campanha lançada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em resposta aos atos de 8 de janeiro. Ele deve reunir no Congresso Nacional cerca de 500 convidados, entre autoridades e representantes da sociedade civil.

Naquele dia, em 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes na capital federal. Em poucas horas, manifestantes destruíram patrimônio público e vandalizaram áreas internas dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF.

Na cerimônia de assinatura do protocolo de segurança, houve a presença do secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e da governadora do Distrito Federal em exercício, Celina Leão.

Na ocasião, o Ministério da Justiça também entregou 20 viaturas, armamentos, drones, cartuchos e demais equipamentos para o fortalecimento da segurança pública no Distrito Federal, no âmbito do PAS (Plano de Ação na Segurança) e do Pronasci, totalizando R$ 3,6 milhões em investimento.

No ato da semana que vem, está previsto um momento simbólico relacionado a obras que foram danificadas nas invasões no dia 8. Um deles será entrega simbólica da tapeçaria de Burle Marx na qual vândalos urinaram durante os ataques.

A peça já passou por restauro e, em outubro, voltou a ser exposta no Congresso. Ainda será parte da cerimônia a restituição simbólica de um exemplar da Constituição Federal furtada do STF pelos golpistas e posteriormente recuperada.

Segundo documento de preparação do evento elaborado pelo Palácio do Planalto, além de Lula e dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, são esperados ministros de tribunais superiores, governadores, ministros, prefeitos, membros do corpo diplomático, presidentes de estatais, parlamentares, prefeitos e representantes de confederações patronais.

Governadores que fazem oposição ao presidente Lula (PT) e são tidos como possíveis candidatos ao Palácio do Planalto em 2026 citaram justificativas como férias e viagens para descartar a ida ao evento.

"Dia 8 não é um ato de um governo, de um partido e de outro partido, é um ato da democracia brasileira. É um ato do Estado brasileiro", acrescentou Cappelli.