Dino e Moro se cumprimentam antes de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado -  (crédito: Pedro França/Agência Senado)

Dino e Moro se cumprimentam antes de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado

crédito: Pedro França/Agência Senado

A sabatina de Flávio Dino (PSB), indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado nesta quarta-feira (13/12), teve como um dos elementos principais o clima amistoso entre o ministro da Justiça e o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Os dois rivais políticos se cumprimentaram efusivamente antes da sessão, e o parlamentar usou seu tempo de fala para um discurso contemporizador.

Após as respostas de Dino, Moro anunciou que pretende votar de forma favorável a Paulo Gonet, indicado de Lula para Procurador Geral da República e também sabatinado nesta quarta. Na sequência, ele cobrou que o ministro, se aprovado para o STF, mantenha a postura ponderada apresentada diante dos senadores.

Seu discurso aqui foi muito ponderado, e até precisamos dessas notas taquigráficas para entregar para você não se esquecer durante todo esse período (no Supremo). Acontece, infelizmente, como colocou o senador Magno Malta (PL-ES), esse problema de memória relacionados ao que foi dito aqui na sabatina. [...] O país precisa de uma pacificação, uma conciliação. A própria questão aqui da votação não pode ser vista como um Fla Flu; o Botafogo eu não vou considerar, ministro, desculpe. Mas a gente precisa de gestos na direção da pacificação”, disse Moro, ainda brincando com o time de futebol de Dino, o Fogão.

O senador, que também ocupou o Ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), encerrou sua fala com uma crítica à ação de Dino na pasta. Em tom ameno, Moro disse que a postura do ministro contribuiu para acirrar o clima político do país, em que pese a necessidade de atuar diante dos atentados de 8 de janeiro.

“Faço uma crítica à vossa excelência. Durante o período em que vossa excelência foi ministro da Justiça, acabou contribuindo para o acirramento da polarização. Tudo bem, teve o 8 de janeiro, que talvez explique, porque foi um acontecimento realmente complexo dentro da nossa conjuntura. Mas vimos do senhor uma posição muito combativa e, ao meu ver, em oportunidades específicas com certo exagero”, afirmou o senador.

Dino passa por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado junto de Paulo Gonet, indicado por Lula para o cargo de Procurador Geral da República. Ao fim das perguntas, ambos terão seu encaminhamento votado em plenário pelos senadores. Basta uma maioria simples (41 votos) para a nomeação ser aprovada.