Levantamento que aponta preferência por Kalil ouviu 1.350 moradores

 -  (crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS)

Levantamento que aponta preferência por Kalil ouviu 1.350 moradores

crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS

Em pesquisa sobre voto estimulado para governador de Minas Gerais nas eleições de 2026, Alexandre Kalil (PSD) aparece na liderança com 47% das intenções entre eleitores de Belo Horizonte. Os dados são de um levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Doxa entre 21 e 23 de outubro com aplicação de questionários a 1.350 moradores da cidade.

Segundo o estudo, publicado com exclusividade pelo Estado de Minas, o ex-prefeito aparece na liderança isolada, seguido pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), com 18%; e depois pelo senador Carlos Viana (Podemos), com 11%. A sequência tem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), com 6%; pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD) e pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT), ambos com 2%; e o vice-governador Mateus Simões, com menos de 1%. Outros 10% afirmaram não votar em nenhum dos candidatos listados e 4% não responderam.

Para o economista e diretor do Doxa, Manoel Vilas Boas, o resultado do levantamento está relacionado a dois fatores principais: uma boa avaliação do trabalho realizado em seis anos à frente da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a recente disputa por um cargo no Executivo, quando Kalil ficou em segundo colocado na corrida pelo governo de Minas contra Romeu Zema (Novo). “O primeiro ponto é que ele é muito bem avaliado como ex-prefeito de BH. A população faz a relação entre um bom prefeito com um bom governador. Em segundo lugar, entre os nomes apresentados na pesquisa, o recall do Kalil é muito mais recente do que os outros, já que ele concorreu a um cargo grande, governador do estado”, analisa.

A mesma pesquisa mostrou que, ao responder a pergunta “pelo que lembra ou ouviu falar, como foi o governo de Kalil na Prefeitura de Belo Horizonte?”, 60% dos entrevistados respondeu ‘ótimo ou bom’; 21% classificou como ‘regular’, sendo 13% com viés positivo e 8% negativo; 16% como ‘ruim ou péssimo’; e 2% não respondeu.

A pesquisa dividiu os moradores pelas nove regionais de BH e foi corrigida de acordo com a proporção de cada uma das divisões na população da capital. A margem de erro é 2,8 pontos percentuais.

A pesquisa da Doxa ainda questionou os moradores da capital sobre seu clube do coração e fez uma correlação entre a predileção esportiva e a avaliação de Kalil na Prefeitura de Belo Horizonte. Entre os atleticanos, 68% avaliam como ‘ótimo ou bom’; 20% como ‘regular’; e 12% como ‘ruim ou péssimo’.

Entre cruzeirenses , 56% avaliam como ‘ótimo ou bom’; 22% como ‘regular’; e 20% como ‘ruim ou péssimo’. Os percentuais entre torcedores da raposa são similares aos de quem afirma não torcer para nenhum clube, o que, segundo Vilas Boas revela que, embora Kalil tenha forte ligação com os alvinegros (ele e o pai foram presidentes do Galo), essa proximidade não é revertida em rejeição do lado celeste.

Fuad tem 60% de aprovação

O instituto Doxa também perguntou aos moradores sobre a gestão do prefeito Fuad Noman em Belo Horizonte. Para 37% dos entrevistados, é ótima ou boa, e regular, com viés positivo, por outros 23%. De acordo com o levantamento, outros 36% consideram a gestão de Fuad regular, sendo 23% com viés positivo e 13% negativo; 12% apontam o governo como péssimo; e 16% não souberam ou não quiseram responder.

Manoel Vilas Boas destaca que a avaliação do chefe do Executivo de BH está correlacionada também à ordem das perguntas feitas na pesquisa. O levantamento também mostrou que, em uma questão espontânea, sem alternativas elencadas, só 22% das pessoas responderam “Fuad Noman” ao enunciado “pelo que sabe ou ouviu falar, qual o nome do prefeito de Belo Horizonte?”. Alexandre Kalil (PSD) foi citado por 9% dos respondentes e 67% disse não saber o nome do mandatário.

“A primeira pergunta do questionário foi para saber se a pessoa saberia dizer o nome do prefeito de BH e apenas 22% citaram espontaneamente o Fuad. O grau de desinformação é muito grande. Se perguntássemos sobre a avaliação do antes, talvez o grau de ‘não resposta’ fosse maior”, aponta.

Ainda assim, mesmo com o desconhecimento da maior parte da população, o economista acredita que a avaliação positiva do governo de Fuad sinaliza para um provável crescimento das chances de reeleição com o benefício da visibilidade atingida na campanha eleitoral antes do pleito de 2024.

“A perspectiva de reeleição se dá em função da avaliação do governo. As pessoas costumam pensar, ‘por que mudar o que está dando certo?’. Neste momento o desconhecimento tem um peso muito grande, mas, no decorrer da campanha, se essa boa avaliação for mantida, ela vai ser atrelada ao prefeito. A disputa hoje está completamente aberta e quem puxa o quadro são jornalistas e comentaristas de televisão, pessoas que a população conhece por estarem sempre expostos, condição que se iguala durante uma campanha eleitoral”, afirma Vilas Boas, que relembra os possíveis candidatos Carlos Viana (Podemos), Eduardo Costa (Cidadania) e Mauro Tramonte (Republicanos).

Para o pesquisador, o cenário atual se assemelha a outra situação ocorrida em BH no início do século. Fuad assumiu a prefeitura em março do ano passado, quando Kalil deixou o posto para concorrer ao governo estadual. Em novembro de 2021, o recém-reeleito Célio de Castro (PT) se afastou do cargo por problemas de saúde e deu lugar a seu vice, Fernando Pimentel (PT). Em abril de 2002, pesquisa feita pelo Doxa mostrou que apenas 17% dos moradores da capital sabia o nome do prefeito. O índice subiu para 31% em agosto. Mesmo não sendo conhecido pela maior parte da população, seu governo era bem avaliado, e o petista foi reconduzido ao cargo em 2004.