O que começou como uma tentativa de fugir da chuva acabou transformando a rotina de um batalhão da Polícia Militar (PM) em Guarulhos (SP). Um cachorro vira-lata entrou espontaneamente na 1ª Companhia do 15º Batalhão da PM (BPM) em um dia frio e chuvoso e, sem saber, iniciava ali a história do agora famoso Cabo Caramelo.

O animal apareceu na base em 2024, em um dia de chuva. Sensibilizados com a situação, os policiais improvisaram um abrigo com papelões e tapetes embaixo de um banco. “Ele entrou, se ajeitou e ficou. Estava chovendo muito, ninguém teve coragem de colocar ele para fora”, relembrou o policial militar Luís Victor Alves de Oliveira em entrevista ao G1.

Sujo, com carrapatos e sinais claros de abandono, Caramelo recebeu banho, cuidados básicos e uma casinha mais adequada. Mesmo assim, manteve hábitos de cachorro de rua: saía para explorar a vizinhança, mas sempre voltava ao batalhão para dormir.

Para evitar que ele se perdesse, os policiais colocaram uma plaquinha de identificação com o telefone da base. A iniciativa funcionou — e rendeu situações curiosas. Moradores ligavam avisando que o cachorro estava na padaria, no espetinho ou andando pela rua. Em alguns casos, se assustavam ao ouvir “Polícia Militar” do outro lado da linha. Com autorização do comando, viaturas chegaram a ser enviadas para buscar o mascote.

Foi nesse convívio diário que o cachorro ganhou nome e patente. “Precisávamos dar um nome. Sugeri Caramelo e falei que ele era cabo. E ficou”, contou Oliveira. O apelido pegou — e logo ultrapassou os muros do batalhão.

Vídeos mostrando a rotina do Cabo Caramelo começaram a circular nas redes sociais de forma despretensiosa. Oliveira gravava cenas do dia a dia e enviava para a esposa, que criou um perfil no Instagram sem imaginar a repercussão. Um dos vídeos, em que o cachorro “dá uma volta” até a farmácia e os policiais vão atrás dele, ultrapassou 9 milhões de visualizações. Hoje, o perfil soma mais de 250 mil seguidores.

Com o sucesso, surgiram vídeos bem-humorados que retratam Caramelo como um agente especial da corporação. Como o termo “cão policial” é usado oficialmente para os animais do canil da PM, o mascote ganhou um título próprio: “cãolicial”, definição que foi rapidamente abraçada pelo público.

A fama, no entanto, trouxe desafios. Em uma ocasião, uma mulher tentou levar o cachorro, dizendo que o havia encontrado-o na rua. Uma policial precisou intervir. Diante dos riscos, Oliveira decidiu adotar oficialmente o animal. Hoje, Cabo Caramelo mora com a família dele, mas mantém presença constante na companhia. “Ele trabalha em uma escala própria”, brincou o policial.

Mesmo fora do batalhão, o mascote segue participando de ações institucionais, como rondas escolares e eventos sociais. Também já ajudou em campanhas solidárias, incluindo arrecadações para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul e ações de Natal promovidas pela PM.

O Cabo Caramelo impulsionou a criação de uma ONG, batizada com o nome do mascote, que atua no resgate de animais vítimas de maus-tratos e em ações sociais.Neste ano, Cabo Caramelo recebeu uma medalha de Honra ao Mérito Canino, concedida por uma associação de veteranos.

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