Com a certeza de que a sorte está ao lado, 139 assistentes de juiz lotados no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15), com sede em Campinas, já preparam o pedido de exoneração em massa, com vistas ao prêmio histórico na Mega da Virada. Para o grupo, é fato que a aposta única, um bolão organizado por eles, será agraciado com o bilhão recorde nessa passagem de ano. A expectativa do grupo é que cada um dos cotistas ganhe cerca de R$ 7,19 milhões, o que seria capaz de influenciar em toda a estrutura do tribunal.

A celebração dos novos milionários contrasta com o clima de apreensão que pode tomar conta dos corredores do TRT. O grupo de felizes servidores já teria até comunicado, informalmente, a intenção de deixar os cargos públicos. De um jeito ou de outro, a foto com o cheque bilionário em mãos e o cartaz com o adeus ao chefes, informando a viagem às Maldivas, já está pronta e divulgada.

"O clima no grupo de WhatsApp do bolão é de euforia total. A maioria já está planejando viagens e investimentos. Com mais de sete milhões na conta, a motivação para bater ponto e analisar pilhas de processos digitais na segunda-feira de manhã desapareceu instantaneamente", relata um dos vencedores, com vistas ao futuro milionário.

"Tenho muito respeito pelo magistrado com quem trabalho, mas meu compromisso agora é com a minha aposentadoria precoce nas Maldivas. A caneta da justiça agora será substituída por um drink com guarda-chuva", diz outra servidora, certa de que bons ventos soprarão.

A notícia pode cair como uma bomba nos gabinetes dos juízes e desembargadores de um dos tribunais mais movimentados do país. Os assistentes de juiz são peças fundamentais na engrenagem do Judiciário, responsáveis pela análise de processos, pesquisa de jurisprudência e elaboração de minutas de votos e sentenças.

A perda súbita de 139 profissionais altamente qualificados e experientes representa um risco real de colapso no andamento processual de diversas varas e câmaras.

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Enquanto a população pode celebrar a nova vida dos milionários, o Judiciário trabalhista do interior paulista estaria se preparando para enfrentar sua maior crise de pessoal, provocada não por cortes orçamentários, mas por seis dezenas sorteadas.

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