Uma mulher, de 24 anos, denunciou à polícia um motorista por aplicativo, de 26, por estupro no domingo (30/11), no bairro Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na mesma semana uma jovem de 18 anos foi estuprada por um motorista de aplicativo na noite dessa segunda-feira (1°/12), no Bairro Santa Efigênia, na mesma região da capital. A vítima havia acabado de sair do trabalho em um shopping da região quando solicitou uma corrida pelo aplicativo.
Esses casos trouxeram à tona uma pergunta: o transporte por aplicativo é realmente seguro? Os crimes reacenderam o debate sobre a responsabilidade das empresas e a eficácia das ferramentas de proteção oferecidas.
Empresas como Uber e 99 investem em uma série de recursos para tentar garantir a segurança durante as viagens. A maioria já está integrada aos aplicativos e pode ser ativada com poucos toques, mas muitos usuários desconhecem seu funcionamento completo ou suas limitações.
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O que as plataformas oferecem?
As funcionalidades de segurança são o principal argumento das empresas para tranquilizar o público. Embora a implementação possa variar, as principais ferramentas disponíveis hoje nas grandes plataformas incluem:
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Compartilhamento de rota: permite que amigos ou familiares acompanhem a viagem em tempo real por meio de um link.
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Botão de emergência: um recurso que, ao ser acionado, conecta o usuário diretamente com a polícia ou com uma central de segurança da própria empresa.
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Gravação de áudio: possibilita gravar o áudio da conversa dentro do veículo. O arquivo fica criptografado e só pode ser acessado pela plataforma em caso de denúncia formal.
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Verificação de identidade: antes de serem aprovados, motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais. Passageiros também podem ser solicitados a confirmar sua identidade para aumentar a segurança mútua.
As ferramentas são suficientes?
Apesar do arsenal tecnológico, a eficácia dessas medidas é questionada. Ferramentas como o botão de emergência dependem de uma ação rápida da vítima em um momento de extremo estresse, o que nem sempre é possível. O compartilhamento de rota, por sua vez, só funciona se a pessoa do outro lado estiver atenta ao trajeto.
A checagem de antecedentes também possui limitações, pois não consegue prever o comportamento futuro de um motorista nem detectar crimes que ainda não foram julgados. A sensação de vulnerabilidade persiste, especialmente para mulheres, que representam a maioria das vítimas de violência nesse tipo de transporte.
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Como se proteger: dicas para passageiros
A atenção do passageiro continua sendo fundamental. Além de usar os recursos do app, algumas práticas são essenciais para uma viagem mais segura:
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Sempre confira a placa, o modelo do carro e a foto do motorista antes de embarcar.
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Prefira sentar no banco de trás, o que garante mais espaço pessoal e uma saída mais fácil.
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Mantenha contatos de confiança informados sobre o seu trajeto, mesmo que seja usando o compartilhamento de rota.
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Confie na sua intuição. Se algo parecer errado, não hesite em encerrar a viagem e procurar um local seguro.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria
