Menina de 4 anos engole bateria e mãe faz alerta sobre presentes de Natal
Criança precisou de cirurgia, antibióticos e sonda alimentar após ingestão de peça metálica
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Jess Sandoval, natural do Colorado, nos Estados Unidos, fez um alerta aos pais depois de passar um aperto com a filha de 4 anos. A menina está internada depois de engolir uma bateria de botão ou de cédula de moeda em um acidente que aconteceu em questão de segundos. O objeto é comum em brinquedos, enfeites e acessórios eletrônicos, muito usados no Natal.
“Você pode ser o pai ou a mãe mais observadora e carinhosa da sua casa, mas… isso pode acontecer. Tudo acontece em um instante”, disse Jess Sandoval à ABC News.
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Jess, que é mãe de cinco filhos, contou que a família havia participado de um show de luzes de Natal, onde receberam um pequeno kit com luzes e pulseiras luminosas. Mais tarde, já em casa, as crianças assistiam a um filme e usavam as pulseiras.
“Olhei para ela, ela olhou para mim, e percebi que parecia que ia se engasgar”, contou. Inicialmente, a mãe pensou que a filha, Elana, tivesse se engasgado com comida. Pouco depois, os irmãos alertaram que a menina tinha engolido uma bateria que tinha se soltado de uma das pulseiras. A menina foi levada imediatamente a um hospital local, onde exames de raio-X confirmaram a gravidade da situação.
“Eles disseram que precisávamos ser transferidas para o Hospital Infantil de Aurora porque não eram especializados nisso. Disseram que essa situação pode ser muito perigosa”, destacou a mãe.
No Hospital Infantil do Colorado, Elana foi diagnosticada com ingestão de corpo estranho – uma bateria tipo botão – e passou por uma cirurgia de emergência no dia seguinte, 7 de dezembro. Após o procedimento, a criança precisou ser internada na unidade de terapia intensiva.
Segundo o médico Edwin de Zoeten, diretor do Centro de Doenças Inflamatórias Intestinais Pediátricas do hospital, os profissionais conseguiram remover a bateria, mas ela já havia causado uma perfuração no esôfago da criança. A lesão evoluiu para mediastinite, uma inflamação grave do mediastino – região localizada entre os pulmões que abriga órgãos e tecidos vitais.
Além da cirurgia, Elana precisou de uma sonda de alimentação, antibióticos e permanece sob observação rigorosa devido ao risco de novas complicações. “O prognóstico é reservado, pois as baterias tipo botão podem causar inflamação e queimaduras contínuas mesmo após a remoção”, explicou o médico à ABC.
Segundo o especialista, há risco de sangramento em grandes vasos por até 20 ou 30 dias após o incidente, além da possibilidade de estreitamento do esôfago, que pode exigir novos procedimentos endoscópicos.
De acordo com o National Capital Poison Center, organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, mais de 3.500 pessoas de todas as idades ingerem baterias tipo botão todos os anos no país.
Esses pequenos componentes estão presentes em itens comuns do dia a dia, como joias, cartões musicais, brinquedos, controles remotos e até dispositivos médicos — muitos deles sem qualquer tipo de proteção infantil.
Jess destaca que a situação serve como um alerta especialmente importante neste período de festas. “As baterias tipo botão estão por toda parte, em cartões que tocam música, enfeites que acendem, brindes e brinquedos que nem sempre têm compartimentos seguros. É fundamental procurar esses itens em casa e mantê-los fora do alcance das crianças ou descartá-los”, alertou.
“O Natal está chegando. Certifiquem-se de que seus filhos pequenos tenham cuidado com os brinquedos que possuem. É um pequeno detalhe que pode fazer uma grande diferença. Não quero que isso aconteça com nenhum outro pai ou mãe”, reforçou.
O que fazer?
Ao suspeitar que uma criança tenha engolido uma bateria tipo botão, os responsáveis devem levá-la imediatamente a um pronto-socorro. O médico de Elana destaca que, em crianças com mais de 12 meses, pode-se administrar pequenas quantidades de mel a cada 15 minutos enquanto se dirige ao hospital, pois a substância pode ajudar a reduzir a descarga elétrica da bateria no organismo.
Também é recomendado acionar a emergência. Além disso, não é recomendado induzir vômito ou oferecer alimentos ou líquidos até a realização de exames. Os adultos devem ficar atentos a sinais como febre, dor abdominal, vômitos ou presença de sangue nas fezes.
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