Menina de 14 anos morre em cirurgia de silicone feita pelo padrasto
Paloma Nicole Arellano Escobedo foi operada sem autorização do pai da adolecscente
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A adolescente Paloma Nicole Arellano Escobedo, de 14 anos, morreu na cidade de Durango, no México, durante uma cirurgia estética em que colocaria silicone e faria lifting de glúteos e lipoaspiração. A mãe da menina e o cirurgião responsável, que era padrasto dela, foram presos no último sábado (27/9). Ambos são investigados por irregularidades na cirurgia.
A promotora de Durango, Sonia Yadira de la Garza, informou ao jornal El Universal que os dois serão investigados por omissão de cuidados e por terem colocado a adolescente em risco desnecessário, falsificação de documentos e fraude. Segundo o pai da vítima, Carlos Arellano, ele não tinha conhecimento da cirurgia.
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O pai contou ao jornal que Paloma apresentou diversas complicações durante a cirurgia e permaneceu internada por uma semana antes de falecer. A adolescente sofreu parada cardiorrespiratória, inflamação no cérebro, indução ao coma e entubação.
O pai relatou que só tomou conhecimento do procedimento após o funeral da filha. Segundo ele, a mãe teria enganado a família, afirmando que Paloma estava com Covid-19 e, posteriormente, viajaria sozinha.
“No funeral, alguns parentes me disseram que os seios dela estavam maiores do que antes. Quando mencionei isso à mãe, ela negou. Pedi para falar com a menina, mas ela não permitiu. Só então percebemos os implantes e as cicatrizes”, contou Carlos.
Certidão de óbito contestada
A certidão de óbito oficial apontava edema cerebral decorrente de doença respiratória como causa da morte. Para o pai, houve uma tentativa de encobrimento. “A certidão falsamente indicou doença como causa da morte. Não sei como conseguiram tão rápido. Havia mais por trás da morte dela”, afirmou.
A promotoria afirmou que a mãe enganou o pai sobre o estado de saúde da filha e assinou documentos sem ter guarda legal para autorizar a cirurgia. Há ainda suspeitas de que ela atuasse em procedimentos cirúrgicos sem formação adequada.
O cirurgião teve sua licença médica suspensa e está sob investigação interna. A promotora classificou o caso como uma “conspiração” entre mãe e médico, apontando que Galindo assinou documentos como se fosse tutor legal da menor, o que pode configurar falsidade ideológica e homicídio culposo.
O caso gerou forte comoção no México. A promotora de Durango confirmou que a investigação busca esclarecer a responsabilidade de todos os envolvidos, incluindo o hospital e administradores.
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O pai, Carlos Arellano, usou as redes sociais para exigir justiça. “Exijo que todos os responsáveis sejam investigados: o médico, a mãe, o hospital, seus administradores e todos que participaram desse encobrimento.”, publicou. O caso chegou à atenção da presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo, que manifestou solidariedade à família.
Menores de idade podem colocar silicone?
- A maioria dos países exige que a paciente tenha 18 anos para realizar cirurgia de aumento de seios sem autorização dos responsáveis legais;
- Menores de idade só podem passar por cirurgia com consentimento dos pais ou responsáveis e autorização judicial em alguns casos excepcionais;
- Cirurgias estéticas em adolescentes podem causar complicações graves, como infecções, rejeição do implante, problemas de cicatrização e alterações no crescimento corporal;
- O desenvolvimento físico da paciente ainda não está completo, o que pode afetar os resultados do procedimento.
- Realizar cirurgia estética em menor de idade sem consentimento adequado configura crime de negligência ou omissão de cuidados em muitos países;
- Os médicos devem seguir protocolos éticos rigorosos e garantir que todos os riscos sejam esclarecidos aos responsáveis e ao paciente.