Os passeios de barco na Lagoa da Pampulha devem começar já na próxima semana. O início da operação foi confirmado pelo prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), após a assinatura do termo de cooperação técnica entre a Prefeitura e a Marinha do Brasil, realizada neste sábado (13/12).

O acordo marca o estabelecimento das regras, limites e os critérios de segurança para a retomada da navegação turística no cartão-postal da capital mineira, encerrando um período de mais de cinco décadas sem circulação regular de embarcações no local.

Segundo o prefeito, o barco já está em Belo Horizonte e pronto para operar. O que falta, neste momento, são apenas ajustes finais de caráter operacional e administrativo. “O barco já está ali. Falta só pilotar . A previsão é começar agora, na próxima semana”, brincou Damião. Servidores da Prefeitura passaram por capacitação oferecida pela Marinha e estarão aptos a atuar no acompanhamento da operação.

A navegação turística será feita por um catamarã com capacidade para até 30 passageiros sentados, operado pela empresa que venceu a licitação publicada em novembro deste ano. O modelo é semelhante ao utilizado em regiões litorâneas e foi escolhido para permitir a contemplação dos monumentos que integram o Conjunto Moderno da Pampulha, reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

A operação terá caráter experimental. O projeto piloto terá duração inicial de três meses e funcionará de quinta-feira a domingo, com três saídas diárias entre 8h e 17h. Cada passeio terá duração aproximada de uma hora, considerando embarque, navegação e desembarque. Os ingressos serão gratuitos e disponibilizados por meio de um site próprio da Prefeitura, que será divulgado antes do início das atividades.

O trajeto foi definido com apoio técnico da Marinha do Brasil e contempla um circuito que permite a visualização dos principais equipamentos culturais e arquitetônicos da Pampulha, como a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile e o entorno paisagístico da Lagoa.

Durante o percurso, os passageiros serão acompanhados por um guia turístico, responsável por apresentar informações históricas, culturais, arquitetônicas e ambientais sobre o conjunto e sua importância para a cidade.

Navegação liberada para todos?

A retomada da navegação foi formalizada com a assinatura de um termo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Marinha do Brasil, por meio da Capitania Fluvial de Minas Gerais. O acordo define a atuação conjunta no ordenamento, na fiscalização e na garantia da segurança das embarcações.

Neste primeiro momento, apenas as embarcações oficiais da Marinha do Brasil e o catamarã contratado pela Prefeitura estão autorizadas a circular na Lagoa. O uso da Lagoa para lazer individual, como barcos particulares e jet-skis, segue proibido. “Navegar não é direito para nadar. A navegação vai acontecer por meio de um decreto autorizativo da Prefeitura, sempre em parceria com a Marinha do Brasil. Tudo foi feito com muito critério e responsabilidade”, destacou o prefeito de BH.

“O sonho de muita gente é andar de jet-ski ou usar o próprio barco na Lagoa, e eu também tenho esse sonho. Mas tudo é muito novo. Vamos devagar, com responsabilidade. Por enquanto, os passeios são apenas nessa embarcação da Prefeitura e nas da Marinha”, completou. A Marinha seguirá responsável por fiscalizar a operação, verificar habilitações, condições das embarcações e cumprimento das normas náuticas.

Ele explicou que, em uma etapa futura, o município poderá discutir a liberação da Lagoa para atividades esportivas, como treinamentos e competições, restritas a atletas profissionais vinculados a federações e confederações. Mesmo assim, essas autorizações dependerão de diálogo institucional e de estudos técnicos. A liberação para lazer amplo, segundo o prefeito, é uma possibilidade distante e não está no horizonte imediato da gestão.

Além do aspecto turístico, a Prefeitura aposta que o início dos passeios de catamarã pode contribuir para mudar a percepção histórica sobre a Lagoa da Pampulha. Damião contestou a imagem consolidada de que o espelho d’água seria integralmente um esgoto a céu aberto. “Existe uma parte da Lagoa que recebe esgoto, sim, mas existe outra parte que pode receber embarcação, como está recebendo agora a Marinha e vai receber os passeios”, afirmou.

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Para o prefeito, o impacto simbólico da retomada da navegação é tão importante quanto o turístico. “A imagem que as crianças vão levar da Lagoa, a imagem que o turista vai levar para o estado dele ou para o país dele, é o que mais importa nesse momento”, disse.

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